11/07/2017 às 10h19min - Atualizada em 11/07/2017 às 10h19min

Morre o empresário da moda Humberto Saade, aos 76 anos

Fundador da Dijon descobriu nomes como Luiza Brunet e Vanessa Oliveira

Emilia Kuster
RIO — O empresário da moda Humberto Saad, fundador da marca Dijon, morreu nesta terça-feira, aos 76 anos, vítima de um infarto. Considerado o responsável pela "era das top models" no Brasil, ele revelou algumas das modelos mais conhecidas nos anos 1980, como Luiza Brunet, Vanessa Oliveira e Monique Evans.
 
A filha de Humberto, Tamima Saad, usou o perfil do Facebook do pai para postar a notícia do falecimento. "É com muita tristeza no coração que comunico que meu querido e amado paizão faleceu... infelizmente não vou ter mais acesso a essa conta dele!! Caso desejem mandar mensagem utilizem o meu facebook. Tamima Saade Valente. obrigada a todos pelo amor e carinho que sempre deram a ele! Ele amava todos vocês!"
 
Surpreendida nesta manhã com a notícia, Monique Evans ressaltou, por telefone, a importância de Humberto para a moda brasileira:
 
- Ele foi um grande amigo, fez meu casamento. Era diferente o relacionamento que ele tinha comigo, como ele sempre dizia, porque as outras modelos ele fez, enquanto eu já era famosa quando comecei a trabalhar com ele. Era um grande profissional, uma pessoa incrível, um grande homem. Foi uma pena quando a Dijon saiu de cena. Eu senti uma falta enorme não só da marca, mas do contato com ele. Ultimamente, eu falava com ele mais pelo Facebook, chamei para o meu aniversário de 60 anos... Passamos por grandes momentos juntos. Ficam apenas lembranças boas.
 
Luiza Brunet usou seu perfil no Instagram para se despedir do empresário: "Bom dia Humberto Saade Dijon , poderia ser seu sobrenome. Homem que sempre foi acima de seu tempo , empresário arrojado para época. Marcou uma geração com seu jeans Dijon e suas super Top Model. Hoje foi para o céu descanse em Paz. A nossa passagem por aqui precisa ser importante e precisamos deixar um Legado positivo".
 


A jornalista Kika Gama Lobo, que durante cinco anos trabalhou com Humberto como assessora de imprensa da Dijon, o define como um misto de Pierre Cardin e Imbrahim Sued, "com seu faro para gerar desejo no público e criar notícia, isso num tempo jurássico em que as redes sociais nem existiam":

- Nosso relacionamento profisssional foi um combate. Ele sempre soube muito bem o que queria, mas não era um homem fácil. Midas, sabia o que venderia e aplicou sua marca em sopas, colchão, calça jeans e fez história. Viajei pelo Brasil com ele e seus eventos e aprendi muito. Ele dizia que eu era educada demais para um mercado agressivo e que valorizar a marca e manter o mito era mais importante do que ganhar dinheiro. Fez isso muito bem mas acumulou muitas dívidas pela grandiosidade do business. Sua marca o engoliu, mas, em termos de comunicação, ele foi master, que o diga a revelação da Luiza Brunet.
 
Em seu perfil no Facebook é possível ver que o empresário se encontrava motivado e fazia postagens sempre otimistas. Na véspera de sua morte, reclamou de um resfriado: "Estou super resfriado mas tenho que ir trabalhar".
 
O velório de Humberto está marcado para as 13h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O enterro está previsto para as 16h.

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