24/10/2017 às 09h56min - Atualizada em 24/10/2017 às 09h56min

Quer ser modelo plus size? Veja dicas para não cair em roubadas

flaviadurante.blogosfera.uol.com.br - Flávia Durante
Com o crescimento da moda plus size no Brasil, mulheres gordas tiveram a oportunidade de ingressar no mercado como modelos. Muitas veem na profissão a chance de resgatar a autoestima perdida. Porém, gente de má-fé começou a tirar proveito dessa carência para aplicar golpes, então é preciso ficar bem atenta.
 
Conversei com várias profissionais da área para dar dicas de como não entrar em roubadas para quem realmente quer entrar no mercado.
 
 

A modelo Gabriela Caroli. (Foto: Divulgação)
 
Com apenas dois anos de carreira, Gabriela Caroli já é uma das profissionais mais requisitadas do segmento plus size. Para ela, a candidata a modelo precisa ser autoconfiante e segura de si e não achar que vai melhorar a autoestima só porque virou modelo. “Lidamos com críticas, vaidade, ego. Não é fácil para quem não tem uma cabeça boa”, diz. “Fora isso, precisa ser comprometida, pontual, aprender rápido, desenvolver um bom repertório de poses e continuar buscando conhecimento para sempre melhorar”
 
A pioneira Andrea Boschim modela há 15 anos e alerta: “new faces precisam estar atentas aos convites de algumas agências que cobram por books e taxas para compor o casting”. O correto é a agência cobrar sua porcentagem somente em cima do cachê da modelo, e não por taxas de agenciamento antecipadas ou por fotos obrigatórias. E ética com as coleguinhas nunca é demais, aconselha Andrea. “Por maior que seja a vontade de estampar uma campanha, nunca se ofereça para o cliente desmerecendo a modelo atual. Conquiste seu espaço mostrando seu diferencial e apostando na sua beleza!”
 
Mayara Russi, 13 anos no mercado, é uma das modelos plus size mais conhecidas do país e sempre recebe perguntas de como entrar na área. “Sempre digo para quem está começando procurar uma agência. Mas, hoje em dia, até as agências fazem uma exigência de padrão”, conta a modelo, que recentemente denunciou a pressão que está sofrendo chegar ao manequim 46.
 
Mayara indica fazer o book com um bom fotógrafo com imagens que realcem a beleza da modelo. Ou seja, menos é mais: pouca maquiagem, cabelo sem penteados exagerados e looks básicos. “Comece a divulgar seu material, mandar e-mail com composite e book oferecendo seu trabalho para lojistas e fique atenta aos castings. Tirar DRT de modelo também é bem importante. E abrir uma MEI pois muitos clientes exigem nota fiscal com o nome da modelo”, indica Mayara.
 
 

Mayara Russi (Foto: Divulgação)
 
É o que tem feito Tininha Bhering, que é modelo há quase 7 anos e tem seu Instagram e Facebook como sua agência e recebe muitas propostas de marcas através deles. Mas com a experiência adquirida ela já sabe diferenciar trabalhos que valem a pena e os que querem apenas arrancar dinheiro das modelos. “Temos sempre que nos reciclar. Faço cursos, procuro ver TV, ler revistas, assistir a desfiles de magras e de gordas, pois a moda está interligada com tudo o que acontece ao nosso redor. Procurar lojistas, modelos, trocar ideias… Tudo isso vai te deixando mais esperta perante muitos ‘vendedores de sonhos'”, conta.
 
 

Tininha Bhering (Foto: Divulgação)
 
Devido a grande procura, modelos como Aline Zattar, Edu Rodrigues, Rafa Coelho, Renata Poskus, Rita Carreira e Silvia Neves têm organizado workshops e concursos para auxiliar novos nomes a entrar no mercado com mais profissionalismo. São eles:
 
Workshop Stand Out – São Paulo
Concurso Top Model Plus Size RS – outubro/2017 – Rio Grande do Sul
Workshop Modelo Plus Size Masculino – dezembro/2017 – São Paulo
Workshop Blog Mulherão – São Paulo
DasPlus + Agência Doze – Minas Gerais
Plus Model Brasil – maio/2018 – Santa Catarina
 
O mundo da moda é fascinante e o segmento plus size traz ainda com ele a missão de inspirar e empoderar outras mulheres. Mas lembre-se: ser modelo é uma profissão séria e concorrida como outra qualquer, não é sinônimo de felicidade e nem validação de beleza ou status.

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