18/09/2017 às 14h55min - Atualizada em 18/09/2017 às 14h55min

Furacão Maria se fortalece e atinge a categoria 3

Fenômeno pode se intensificar ainda mais; Porto Rico já declarou estado de emergência

oglobo.globo.com
SAN JUAN, Porto Rico — O furacão Maria se fortaleceu nesta segunda-feira, e espera-se que se intensifique ainda mais à medida que atravessa as Ilhas Sotavento e o mar no Nordeste do Caribe, disse o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês). Maria, agora um furacão da categoria 3 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5, estava a cerca de 150 km a leste-sudeste da Dominica, transportando ventos de até 195 km/h.
 
"O centro de Maria irá atravessar as ilhas Leeward na noite de segunda-feira, o extremo nordeste do mar do Caribe na terça-feira, e chegar a Porto Rico e às Ilhas Virgens na quarta-feira", acrescentou o NHC.
 
Maria está se aproximando do leste do Caribe menos de duas semanas após o furacão Irma atingir a região e em seguida causar estragos na Flórida. Irma, um dos furacões mais potentes já registrados no Atlântico com ventos de até 298 km/h, matou ao menos 84 pessoas, mais da metade delas no Caribe.
 
Alertas de furacão já foram emitidos nas ilhas de Guadalupe, Dominica, St. Kitts, Nevis, Montserrat e Martinica. Já Barbuda, Saba, St. Eustatius e St. Lucia receberam ordens de se preparar para uma tempestade tropical, ou seja, com ventos mais fracos durante a sua passagem.
 
Mais de 1.700 habitantes de Barbuda, onde o Irma danificou quase todos os edifícios, se preparam para o furacão Maria na vizinha Antígua, agora sob alerta de tempestade tropical, disse Ronald Sanders, embaixador do país nos EUA.



Na ilha caribenha de Saint Martin, Irma deixou devastação; região deverá ser atingida por novo furacão nesta semana - HELENE VALENZUELA / AFP

Com uma economia enfraquecida e uma rede elétrica frágil, Porto Rico declarou estado de emergência e já começou a se preparar para o furacão Maria, que até terça-feira deve gerar ventos fortes no território americano. Danos em Porto Rico podem atrapalhar a cadeia de suprimentos de assistência a outras ilhas atingidas pelo Irma.
 
O governador de Porto Rico, Ricardo Rossello disse que as autoridades haviam preparado cerca de 450 abrigos com capacidade para quase 68 mil pessoas — ou até 125 mil em caso de emergência. As aulas foram canceladas nas escolas para esta segunda-feira, e funcionários do governo deveriam trabalhar por apenas meio período, como medidas de precaução.
 
Um segundo furacão, José, movia-se lentamente para o norte da sua posição atual no oceano Atlântico, a cerca de 535 km a sudeste do Cabo Hatteras, no estado americano de Carolina do Norte. O olho de José, com altos ventos sustentados de 150 km/h, deve permanecer fora da costa Leste dos EUA, disse o NHS. Mesmo assim, na terça-feira, a tempestade tropical poderia trazer até 15 cm de chuva sobre a região.



Moradores caminham em frente a casas destruídas pelo furacão Irma na parte francesa da ilha caribenha de St. Martin - CHRISTOPHE ENA / AFP

DANOS CAUSADOS PELO IRMA
Além dos moradores, grandes executivos e celebridades também viram seus patrimônios atingidos pelo Irma. O ator Robert de Niro, o empresário britânico Richard Branson, e Pippa Middleton — irmã da duquesa de Cambridge, Kate Middleton — estão entre as estrelas e milionários que perderam imóveis no Caribe. O Paradise Found Nobu Resort, luxuoso complexo de hotéis de De Niro em Barbuda, foi totalmente destruído pelas fortes chuvas e ventos. De acordo com o governo local, 95% das propriedades da ilha, que tem 1,5 mil habitantes, foram devastadas pelo furacão. Agora, o ator espera conseguir ajuda das autoridades locais para reconstruir o patrimônio.
 
VEJA O CARIBE ANTES E DEPOIS DA PASSAGEM DO IRMA.
Os danos causados pelo Irma devem intensificar as exigências de países caribenhos por medidas contra mudanças climáticas — culpadas em parte pela forte tempestade — adotadas por alguns dos principais consumidores de combustíveis fósseis do mundo. Isso aumentará a tensão com os Estados Unidos e outros países ricos durante as negociações da Conferência do Clima da ONU em Bonn, Alemanha, em novembro.



Pessoas caminham próximo a botes devastados em Marigot, na parte francesa da ilha de St. Martin - HELENE VALENZUELA / AFP
 

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »