25/09/2024 às 09h15min - Atualizada em 25/09/2024 às 09h15min

JCN faz entrevista sobre os principais desafios dos universitários no país

Por Isa Machado
Alexandre da Silva Brocal, licenciado em Letras/Espanhol
Atualmente, o ensino superior do Brasil enfrenta uma difícil realidade tanto no setor público como no privado. A falta de investimento adequado, a infraestrutura precária e a escassez de recursos humanos qualificados são apenas alguns dos problemas que afetam as instituições.
Os desafios são muitos e podem ser agrupados em diversas categorias, como acesso, qualidade da formação, permanência estudantil, transporte, entre outros.
Visando entender melhor qual a situação do estudante, principalmente no Norte Pioneiro do Paraná, nesta semana nós preparamos uma entrevista especial com o universitário Alexandre da Silva Brocal, licenciado em Letras/Espanhol. Confira abaixo a entrevista.
 
JCN - Você acha que é difícil entrar em uma universidade pública?
Alexandre - Sim, mas acaba sendo relativo, uns tem mais facilidades, enquanto outros encontram mais desafios. A dificuldade pode variar também por conta da escolha do curso, pois aumenta a concorrência, obrigando os vestibulandos a terem mais porcentagens de acertos.
JCN - Em sua opinião, a população mais pobre tem mais dificuldade de ingressar nas universidades? Por quê?
Alexandre - Sem sombra de dúvidas, se hoje existe pobre cursando uma faculdade, é por conta de políticas públicas implementadas. O caminho entre o rico e o pobre para alcançar uma vaga no ensino superior é muito diferente.
JCN - Como é a qualidade de ensino nas universidades públicas?
Alexandre - Eu acompanho o índice de qualidade das universidades pelo Ministério da Educação (MEC), e sim, a qualidade do ensino nas universidades públicas são ótimas, porém, ainda são necessários mais investimentos, tanto na estrutura, quanto na permanência dos alunos na universidade.
JCN - Qual foi sua primeira graduação e onde se graduou?
Alexandre - A minha primeira graduação foi na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), cursei Letras/Espanhol.
JCN - Qual curso você faz atualmente?
Alexandre - Atualmente estou cursando Direito na mesma instituição de ensino.
JCN - Como foi sua preparação para o vestibular?
Alexandre - A vida toda eu sempre trabalhei e estudei, nunca tive um tempo para estudar para um vestibular por fora. Por conta da rotina exaustiva, tive que fazer uma escolha difícil, pedi demissão do meu último emprego para poder focar nos estudos. Enquanto eu recebia o seguro-desemprego, consegui me preparar para o vestibular.
JCN - Como é se deslocar diariamente para outro município para estudar?
Alexandre - É muito cansativo, estressante, uma rotina muito corrida, mas todos sabemos que uma hora termina, tudo faz parte do processo. Quanto mais difícil, mais o discente dá valor.
JCN - Quanto tempo em média você leva para chegar à universidade?
Alexandre - Depende muito do trânsito, mas em média 1 hora e 30 minutos.
JCN - Quais as principais dificuldades que os universitários enfrentam?
Alexandre - Diariamente, enfrentamos muitos problemas para a conclusão de um ensino superior, os desafios são enormes. Os ônibus estragam, as mensalidades são caras, a viagem é longa, muitos alunos têm uma rotina corrida, na qual precisam escolher entre comer ou dormir no tempo “vago”. Precisar trabalhar para poder estudar é uma das mazelas desse país.
JCN - Você acha que ainda há preconceito e racismo nas universidades?
Alexandre - Não é meu lugar de fala, porém sempre vemos casos nos meios midiáticos, acredito que ainda ocorra bastante, mas eu posso falar por minhas experiências dentro da universidade, meus círculos de amigos são bastante diversificados, no qual o respeito sempre prevaleceu. Na universidade, são minorias que ainda se sentem superior aos outros.
JCN - Que tipos de políticas públicas deveriam ser aplicadas para melhorar a qualidade do ensino e a vida do estudante?
Alexandre - Mais investimentos na estrutura, mais vagas de moradia estudantil, mais bolsas para pessoas de baixa renda, mais projetos, implementação de restaurantes no estilo “bandeijão de dois reais”, entre muitas outras políticas.
 

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