25/05/2018 às 16h00min - Atualizada em 25/05/2018 às 16h00min

Cortina: descubra o tipo ideal para sua casa

Elas filtram luz, dão privacidade e, apesar de quase sempre assumirem o papel de coadjuvantes, fazem uma falta tremenda quando não especificadas nos projetos. Entre os tipos de cortinas e persianas, um certamente será ideal para você

revistacasaejardim.globo.com - Stéphanie Durante
CLÁSSICO NA SALA | Em seu apartamento, o arquiteto Carlos Navero optou por uma cortina cinza de linho misto da Donatelli, com barra de 10 cm de altura. O trilho está escondido pelo cortineiro de gesso acartonado embutido (Foto Marco Antonio / Editora Globo)
 
Cortinas e persianas são itens indispensáveis na decoração.  A função das duas é a mesma: proporcionar um bloqueio parcial ou total da luminosidade, melhorando o conforto visual e até mesmo térmico do ambiente. “Além de funcionais, elas têm um grande apelo decorativo, pois ‘vestem’ a casa. Deixam qualquer ambiente mais elegante e acolhedor”, afirma a designer de interiores Marina Linhares.
 
O que as diferencia é, basicamente, o material e a forma de abertura. A primeira é sempre de tecido e, para abrir, basta empurrar o material com a mão. Seu recolhimento é na horizontal, com exceção do tipo romana, que é estruturada na vertical e apresenta fechamento em camadas. Já a persiana está disponível em diversos modelos, quase todos com fechamento na vertical. Os mais comuns são os basculantes de madeira, alumínio ou PVC (feitos com lâminas presas a um cordão, que giram na vertical ou na horizontal), o painel (modelo com recolhimento lateral, ideal para vãos de passagem) e a rolô (que enrola quando fechada, muito usada em varandas de apartamento fechadas por vidro). Há ainda a Pirouette, da Hunter Douglas, que é feita de tecido mas conta com tecnologia e acionamento de persiana. E a Celular, da Uniflex, que tem alto índice de proteção solar e desempenho térmico graças a colchões de ar formados entre as células do tecido.
 

Para este living, a arquiteta Denise Barretto escolheu um macramê da Empório Beraldin, que mistura fios de algodão e de seda rústica com um forro leve. “Optei por uma barra mínima, já que a cortina é toda trabalhada”, afirma (Foto: Júlia Ribeiro / Divulgação)

Para este living, a arquiteta Denise Barretto escolheu um macramê da Empório Beraldin, que mistura fios de algodão e de seda rústica com um forro leve. “Optei por uma barra mínima, já que a cortina é toda trabalhada”, afirma (Foto: Júlia Ribeiro / Divulgação)


LUZ E SOMBRA | Para este living, a arquiteta Denise Barretto escolheu um macramê da Empório Beraldin, que mistura fios de algodão e de seda rústica com um forro leve. “Optei por uma barra mínima, já que a cortina é toda trabalhada”, afirma. Os dois trilhos suíços estão escondidos sob um cortineiro embutido.(Foto Júlia Ribeiro / Divulgação)
 

Texturas à vista
Se a intenção é deixar passar o máximo de luminosidade, opte por tecidos leves, como o voile, o chiffon e o xantungue. Para filtrar a intensidade da luz, a decisão deve ficar entre o algodão, o linho, a sarja e a seda. Nesses casos, quanto mais fechada a trama, menos claridade chegará ao ambiente. Mas se o intuito for barrar a incidência solar para deixar o cômodo escuro, há o veludo, a camurça ou o blecaute. Por serem mais encorpados, eles melhoram a acústica do cômodo. No caso de persianas, é preciso prestar atenção na largura da cada lâmina. Quanto maior a lâmina, maior será a passagem de luz quando ela estiver aberta.
 
Uma dica interessante é combinar uma cortina de tecido leve com uma persiana rolô de blecaute ou de tela solar. “De fibra de vidro com PVC, a tela filtra os raios UV, proporcionando uma melhora na sensação térmica do ambiente, além de proteger os móveis”, afirma Andreia Pressato, gerente de produtos da Hunter Douglas.
 
Cor na medida
O medo de enjoar ou de errar ao compor com os demais elementos de decoração faz muitas pessoas optarem por tons neutros, como brancos, beges e cinzas. “Temos mais de 160 opções de cores de cortinas de tecidos. Ainda assim os clientes tendem a preferir as nuances mais claras”, conta Graziella Castanheira, diretora de marketing da Uniflex. Já o designer de interiores Luiz Otávio Debeus defende o uso de cores e estampas. “Depende muito do estilo do morador, mas acredito que elas trazem mais personalidade para a casa”, diz. Uma solução no meio do caminho é escolher um tom neutro e combinar com barrados ou faixas coloridas.
 

Filtro leve. A cortina de gaze de linho sintético da M Decor, com barra de 20 cm de altura, percorre toda a extensão da sala de estar, com projeto do escritório Todos Arquitetura. O trilho suíço foi instalado diretamente no teto (Foto: Lufe Gomes / Divulgação)

Filtro leve. A cortina de gaze de linho sintético da M Decor, com barra de 20 cm de altura, percorre toda a extensão da sala de estar, com projeto do escritório Todos Arquitetura. O trilho suíço foi instalado diretamente no teto (Foto: Lufe Gomes / Divulgação)


FILTRO LEVE | A cortina de gaze de linho sintético da M Decor, com barra de 20 cm de altura, percorre toda a extensão da sala de estar, com projeto do escritório Todos Arquitetura. O trilho suíço foi instalado diretamente no teto (Foto Lufe Gomes / Divulgação)
 

A designer de interiores Helena Kallas, do escritório Mandril Arquitetura, escolheu um crepe de seda com degradê de branco até amarelo, da Riviera Tecidos, para a cortina da sua sala de estar (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)

A designer de interiores Helena Kallas, do escritório Mandril Arquitetura, escolheu um crepe de seda com degradê de branco até amarelo, da Riviera Tecidos, para a cortina da sua sala de estar (Foto: Marco Antonio / Editora Globo)


GRADACÃO ILUMINADA | A designer de interiores Helena Kallas, do escritório Mandril Arquitetura, escolheu um crepe de seda com degradê de branco até amarelo, da Riviera Tecidos, para a cortina da sua sala de estar. O trilho suíço está escondido pelo cortineiro de gesso embutido, com 15 cm de profundidade (Foto Marco Antonio / Editora Globo)
 

Acabamento aparente. Os arquitetos Bruno Carvalho e Camila Avelar, do escritório BC Arquitetos, optaram por cortinas de gaze de linho da Orlean para este quarto. Os trilhos suíços ficam escondidos sob o bandô de tauari (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

Acabamento aparente. Os arquitetos Bruno Carvalho e Camila Avelar, do escritório BC Arquitetos, optaram por cortinas de gaze de linho da Orlean para este quarto. Os trilhos suíços ficam escondidos sob o bandô de tauari (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)


ACABAMENTO APARENTE | Os arquitetos Bruno Carvalho e Camila Avelar, do escritório BC Arquitetos, optaram por cortinas de gaze de linho da Orlean para este quarto. Os trilhos suíços ficam escondidos sob o bandô de tauari (Foto Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)
 

Pegada moderna. Nesta sala de jantar, o arquiteto Gustavo Calazans usou uma cortina de gaze de linho sobreposta a uma tela solar, ambas da Progetto Persianas. Os dois trilhos suíços foram fixados na viga de concreto do apartamento (Foto: Cacá Bratke / Divulgação)

Pegada moderna. Nesta sala de jantar, o arquiteto Gustavo Calazans usou uma cortina de gaze de linho sobreposta a uma tela solar, ambas da Progetto Persianas. Os dois trilhos suíços foram fixados na viga de concreto do apartamento (Foto: Cacá Bratke / Divulgação)


PEGADA MODERNA | Nesta sala de jantar, o arquiteto Gustavo Calazans usou uma cortina de gaze de linho sobreposta a uma tela solar, ambas da Progetto Persianas. Os dois trilhos suíços foram fixados na viga de concreto do apartamento (Foto Cacá Bratke / Divulgação)
 
Instalação
Existem dois tipos de suporte para fixação: o varão e o trilho suíço. O primeiro, que costuma ser utilizado com cortinas compradas prontas, pode ser de madeira, metal ou plástico. Já o trilho, geralmente de alumínio, é usado com cortinas e persianas produzidas sob medida. Ambos podem ser únicos, duplos ou triplos, dependendo da quantidade de camadas desejada. Para um acabamento melhor, é possível ocultá-los com cortineiros de madeira ou gesso, que podem ser embutidos ou sobrepostos. O primeiro equivale ao espaço deixado entre a parede e o forro, para esconder a instalação de cortinas e persianas. Já o sobreposto é utilizado em tetos não rebaixados, cobrindo apenas a área da cortina. Nos dois casos, a largura mínima para o vão é de 12 cm, mas é preferível deixar uma margem de 15 cm a 20 cm.
 
Tamanho ideal
O comprimento longo, do teto ao piso, é o mais utilizado pelos profissionais em salas de estar e de jantar, quartos e home theaters. “Fica elegante e parece ampliar o ambiente”, afirma a designer de interiores Melina Romano. Isso vale para cortinas de tecido e para persianas. O tamanho exato, no entanto, é uma questão de gosto. Há quem defenda uma medida bem rente ao chão e outros que preferem que o tecido arraste um pouco. “Costumo deixar uma folga de 2 cm na base. Acho que assim ela apresenta um acabamento melhor”, afirma o arquiteto David Bastos.
 
Em cozinhas, banheiros e escritórios, ou quando houver um móvel abaixo da janela, vale usar um tamanho mais curto. Nesses casos, a cortina ou persiana deve terminar rente à próxima peça ou com pelo menos 30 cm a mais na altura. E o posicionamento do trilho, varão ou cortineiro também pode variar: em vez de ser instalado rente ao teto, pode estar cerca de 20 a 30 cm acima da janela.
 
Ainda em relação à altura, é importante lembrar-se da barra. Para valorizar o tecido, opte por dobras de pelo menos 15 cm. “Quando a cortina é lisa, gosto de fazer uma barra alta, de 40 cm. Caso tenha alguma faixa colorida, uso a curta, para não perder o efeito”, explica a arquiteta Paula Neder. Outra dica: “Se o rodapé for alto, faça a barra com a mesma altura dele”, sugere Melina. Anote mais uma medida importante: deixe passar de 25 cm a 30 cm de cada lado da janela para evitar o vazamento de luz.
 

O arquiteto Jean de Just tirou o ar comum da cortina bege de algodão ao aplicar três faixas de seda de 8 cm em suas extremidades (Foto: Sambacine / Editora Globo)

O arquiteto Jean de Just tirou o ar comum da cortina bege de algodão ao aplicar três faixas de seda de 8 cm em suas extremidades (Foto: Sambacine / Editora Globo)


BEGE COM ALGO MAIS | O arquiteto Jean de Just tirou o ar comum da cortina bege de algodão ao aplicar três faixas de seda de 8 cm em suas extremidades. Repare que a barra, de 20 cm, é feita de couro sintético, para remeter ao sofá. Já os tons de amarelo e laranja foram escolhidos para aquecer o ambiente. Os tecidos são da JRJ. “Adoro usar cores, principalmente em faixas e aplicações. Virou uma marca do meu trabalho”, afirma ele. O varão foi instalado 20 cm acima da janela (Foto Sambacine / Editora Globo)
 

Fã de estampas e de cores fortes, o designer de interiores Luiz Otávio Debeus escolheu um xale de linho estampado da Print’s sobreposto a uma cortina romana da Artesanart. As duas foram executadas pela JK Interiores (Foto: Lufe Gomes / Editora Globo)

Fã de estampas e de cores fortes, o designer de interiores Luiz Otávio Debeus escolheu um xale de linho estampado da Print’s sobreposto a uma cortina romana da Artesanart. As duas foram executadas pela JK Interiores (Foto: Lufe Gomes / Editora Globo)


OUSADIA E PERSONALIDADE | Fã de estampas e de cores fortes, o designer de interiores Luiz Otávio Debeus escolheu um xale de linho estampado da Print’s sobreposto a uma cortina romana da Artesanart. As duas foram executadas pela JK Interiores. “Gosto bastante de xales laterais, que não fecham completamente. Só uso cortinas inteiras em quartos”, afirma ele. Os trilhos suíços ficam escondidos em um cortineiro sobreposto (Foto Lufe Gomes / Editora Globo)
 
Basta um toque
Todos os modelos podem ser motorizados, permitindo o acionamento por interruptor, controle remoto ou bluetooth. “Também é possível conectar o sistema a um sensor fotovoltaico, que se baseia na insolação recebida no ambiente, abrindo ou fechando a cortina quando necessário”, afirma a arquiteta Lais Delbianco, da Todos Arquitetura. Segundo ela, a automatização representa um acréscimo de 20 a 30% no valor final, mas o investimento costuma valer a pena. “A peça dura mais quando é motorizada, pois o acionamento é sempre na mesma intensidade. Nós indicamos quando o abre-e-fecha é constante”, explica. “Também oriento a motorização em ambientes com pé-direito duplo. Em alturas muito extensas, existe um risco maior de estragar o tecido ao puxar. Com o motor, esse problema é eliminado”, afirma Melina.
 
Limpeza eficaz
Tanto para cortinas quanto para persianas, o indicado é passar um aspirador de pó uma vez por semana e chamar uma empresa especializada uma vez ao ano. Se você resolver lavar a cortina em casa, preste atenção nestas dicas: “Deixe a cortina de molho em água fria por um tempo antes de lavar, assim o pó desgruda mais fácil. Não centrifugue nem coloque na secadora”, indica o arquiteto Gustavo Calazans.
 

Nesta varanda fechada com vidro e integrada à sala de estar, as arquitetas Daniele Okuhara e Beatriz Ottaiano, do escritório Doob Arquitetura, utilizaram somente uma persiana rolô com tela solar da Amorim, comprada na Liapis Decorações (Foto: Júlia Ribeiro / Divulgação)

Nesta varanda fechada com vidro e integrada à sala de estar, as arquitetas Daniele Okuhara e Beatriz Ottaiano, do escritório Doob Arquitetura, utilizaram somente uma persiana rolô com tela solar da Amorim, comprada na Liapis Decorações (Foto: Júlia Ribeiro / Divulgação)


PROTEÇÃO CLARA | Nesta varanda fechada com vidro e integrada à sala de estar, as arquitetas Daniele Okuhara e Beatriz Ottaiano do escritório Doob Arquitetura, utilizaram somente uma persiana rolô com tela solar da Amorim, comprada na Liapis Decorações, para filtrar a entrada de luz. Ela foi instalada abaixo do forro de gesso (Foto Júlia Ribeiro / Divulgação)

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