24/08/2017 às 11h10min - Atualizada em 24/08/2017 às 11h10min

Artesão reaproveita madeira para criar pássaros

Arquiteto deixa de fabricar maquetes para retratar espécies comuns de pássaros em delicadas peças de madeira

revistacasaejardim.globo.com
Quando tinha um sítio próximo a Teresina, Piauí, o arquiteto Francisco Alberto adorava ouvir o canto de um sabiá-laranjeira que sempre pousava na janela do quarto. Da observação e de pesquisas na internet, captou as formas e cores do animal para desenvolver, a quatro mãos com a esposa, Elza, o pássaro de madeira. Como Francisco já trabalhava com o material em maquetes, a primeira peça saiu melhor que o esperado.
 
O sabiá foi só o começo. Logo vieram xexéus, galos-de-campina, surucuás-de-barriga-amarela, corrupiões, entre outros, somando 12 tipos populares do Nordeste. A escolha de espécies comuns tem um porquê. “Não faço tucanos nem araras, pois todo artesão faz”, crava. Após a venda de seu terreno na zona rural, a pesquisa passou a ser realizada nos viveiros da sede do Ibama, onde há pássaros resgatados. “Não consigo ter bichos em gaiola, tenho pena. Me realizo ao vê-los livres ou quando os modelo em minhas esculturas", diz.
 
O artesão coleta a matéria-prima em madeireiras licenciadas por órgãos ambientais. Usa pedaços de madeiras claras como faveiras e pínus que iriam para o lixo. Dona Elza faz a base da silhueta, e Francisco molda. Atenção redobrada às formas das cabeças, pois com qualquer erro o trabalho é perdido. Depois aplica pigmentos naturais transparentes para que a superfície amadeirada apareça e simule as penas. O resultado é leve como um pássaro de verdade.




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