Um estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) mostra que, em 2018, atropelamentos causaram 35% das mortes no trânsito do estado. Os dados foram divulgados hoje (18) e fazem parte da terceira edição do Dossiê Trânsito.
Os pesquisadores traçaram o perfil das pessoas acidentadas e constataram que 44,7% dos mortos em atropelamentos tinham mais de 60 anos. Coordenadora de Estatística do ISP, Barbara Caballero, vê avanços na segurança no trânsito, mas avalia que o números de pedestres atropelados ainda aponta para um cenário que requer atenção do Estado.
"Mostra a importância não só da conscientização da população para obedecer as normas de trânsito, mas também pensar em planejamento urbano, em tempo de sinal suficiente para o pedestre atravessar a rua, a localização correta de uma passarela, para evitar expor o pedestre ao risco", exemplifica.
O segundo tipo de acidente que mais produziu vítimas fatais no estado foi a colisão de veículos. Nesse caso, os dados apontam que o perfil mais frequente entre as vítimas é o jovem com 18 e 29 anos.
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Quando considerados os acidentes sem vítimas fatais, a pesquisa mostra que 23% foram motivados por batida de veículos, e 11% por atropelamentos.
Ao longo do ano de 2018, 1.957 pessoas morreram em acidentes de trânsito no estado e outras 27.520 se lesionaram, o que gera uma média de 81 pessoas acidentadas por dia nas ruas fluminenses. Os acidentes são mais frequentes à noite e nos fins de semana, e as cidades do interior têm uma taxa de acidentes por 100 mil habitantes maior do que a da capital.
A coordenadora do ISP acredita que a maior presença de rodovias em cidades do interior pode estar relacionada à maior letalidade no trânsito.
"No interior, a gente tem mais estradas, mais rodovias, e acaba tendo uma média de velocidade mais alta, o que pode eventualmente provocar mais acidentes".
O estudo também levantou as principais infrações de trânsito cometidas nas ruas e estradas fluminenses. Metade das infrações no estado se deu por excesso de velocidade, e a maioria delas foi registrada por radares eletrônicos, conhecidos como pardais.
Os homens são os principais infratores de trânsito, sendo responsáveis por 59,6% dos casos. Já as mulheres cometeram 22,1% das infrações.
Em relação à faixa etária, as pessoas de 31 a 40 anos cometeram 21,1% dos casos, e a segunda idade mais relevante foi de 41 a 50 anos, respondendo por 18,9% das infrações.
O vice-governador do estado, Claudio Castro, participou do lançamento da pesquisa e disse que o governo está reavaliando os radares nas rodovias estaduais para decidir se haverá retirada ou reposicionamento dos pardais que já existem.
"É um estudo absolutamente técnico", afirmou ele. "Se a gente tiver que diminuir a arrecadação por isso, não teremos medo nem problema em fazer".
No ano em que a Lei Seca completa 10 anos, os pesquisadores mostraram que, desde 2009, as ações de fiscalização e conscientização aumentaram até atingir um pico em 2015, com 2.984 operações. Naquele ano e no ano seguinte, foram registradas as menores taxas de acidentes fatais no estado.
Nos últimos três anos, houve redução no número de operações da Lei Seca, mas a quantidade de condutores de veículos abordados se manteve estável. Em 2018, 328.738 foram parados na operação e 14.147 foram constatados com sinais de alcoolemia e 80% dos condutores flagrados se recusaram a fazer o teste com o etilômetro.