04/06/2019 às 11h44min - Atualizada em 04/06/2019 às 11h44min

Charitas: policiamento reforçado

Segundo comandante do Batalhão de Niterói, homens e viaturas ficarão por tempo indeterminado no bairro

Vitor D avila
Ofluminense
Marcelo Feitosa

O policiamento segue reforçado em Charitas, na Zona Sul de Niterói, após os ataques da última sexta-feira (31), quando ônibus foram incendiados e apedrejados após a morte de dois homens durante confronto entre policiais militares e traficantes de drogas na Comunidade do Preventório. De acordo com o tenente-coronel Sylvio Guerra, comandante do 12º BPM (Niterói), a região está recebendo esquema especial de policiamento desde a sexta-feira. A ação especial ainda não possui data para terminar.
Ainda segundo o comandante, quatro viaturas e um efetivo de até 15 homens em determinadas horas do dia ajudam a fazer o patrulhamento na área: “Está sim [acontecendo o patrulhamento reforçado]. Vamos ficar por tempo indeterminado”, disse Guerra.

No começo da tarde desta segunda-feira (3), o clima era de tranquilidade no bairro. Por volta de 12h, havia viaturas baseadas na entrada do Túnel Charitas-Cafuba, em frente ao Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Souza e a estação do catamarã. Além disso, duas motos auxiliavam no patrulhamento.

 

Moradores da região relataram que o reforço no policiamento passa uma sensação de segurança, em contraponto aos momentos de pânico de sexta-feira.

“A presença da polícia traz uma sensação de segurança e o clima está bem tranquilo. Não houve mais crimes ou algo parecido com o que aconteceu. A maioria dos moradores entrou em pânico na sexta quando viu o fogo e a fumaça. Sorte que não atingiu as casas, senão a tragédia seria enorme”, disse uma aposentada de 73 anos, que pediu para não ter seu nome divulgado.

Quem mora na região pede que o esquema de policiamento se torne permanente. 

“[O patrulhamento reforçado] até aumentou a segurança, mas queremos que esse policiamento fique de vez e não só porque teve os ataques. Se você compra uma mercadoria pela internet, nem entregam mais aqui. No Preventório nem chegam perto. Não adianta colocar policiamento e depois tirar”, relatou um homem de 28 anos que vive no Preventório e também preferiu manter o anonimato.

Memória - Na noite da última sexta-feira (21), após a morte de dois acusados de tráfico em confronto com PMs no Morro do Preventório, quatro ônibus foram incendiados e um apedrejado na Av. Silvio Picanço, em frente à comunidade do Preventório. Em desespero, passageiros abandonaram os coletivos enquanto bandidos ateavam fogo.

Passageiros que chegavam a Niterói de barca buscaram abrigo na estação Charitas, com medo de sair às ruas. Durante o confronto entre PMs e traficantes no Preventório, alunos do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep 449 Governador Leonel Moura Brizola – Intercultural Brasil-França) acabaram no fogo cruzado e deixaram as salas de aula para se protegerem agachados no chão dos corredores da escola.


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