02/04/2019 às 12h54min - Atualizada em 02/04/2019 às 12h54min

Sessão solene celebra dia de conscientização sobre o autismo

Em apoio ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o prédio do Congresso Nacional será iluminado de azul hoje à noite

Newton Araújo
Agência Câmara Notícias
Tony Winston

Para celebrar o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, a Câmara dos Deputados realiza nesta manhã uma sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães.

Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais: inabilidade para interagir socialmente; dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Na Câmara tramitam 48 propostas relacionadas ao autismo. Uma delas (PL 1473/19), apresentada pelo deputado Amaro Neto (PRB-ES), estabelece a garantia de atendimento educacional especializado gratuito aos estudantes com transtorno do espectro autista e, em casos de comprovada necessidade, o autista terá direito a acompanhante especializado.

"Eu tenho algo muito próximo dentro de casa. Os meus filhos convivem com uma criança com autismo severo e eu vi como estar perto de crianças que não são especiais ajudam essas crianças tão especiais no desenvolvimento logo no início dos primeiros anos de vida”, diz o deputado.

O termo abrangente é espectro autista, porque os seus portadores têm graus de comprometimento de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger, na qual não há comprometimento da fala e da inteligência, até formas graves, em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.

Socialização
Especialistas afirmam que é fundamental o convívio de estudantes autistas com os outros alunos que não têm esse problema neurológico. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o deputado Célio Studart (PV-CE) afirma que há muito trabalho a ser feito.

"É comum vermos, por exemplo, colégios que negam vagas a pessoas com autismo, porque o colégio se vê em dificuldade de incluir aquela pessoa. Isso está muito errado. É preciso rever essa questão e mostrar que essas pessoas têm o mesmo direito de qualquer pessoa com deficiência na hora de ocupar vagas no mercado de trabalho. A lei tem que valer para os autistas também", afirma Studart.

A psicóloga Ana Maria Bereohff, especializada em autismo, defende o convívio entre alunos autistas e não autistas, mas reconhece que as escolas, muitas vezes, não estão preparadas para essa socialização. 

O estudante de design gráfico Igor Andrade, de 20 anos, é autista e relata que precisou superar turmas que não entendiam as suas peculiaridades. "As pessoas não conseguiam aceitar a minha atitude, a minha aparência... Eu estudei numa escola muito chata, em que eu sofria bullying, as crianças me agrediam e os professores não souberam trabalhar comigo direito."

Dia de conscientização
No ano passado, foi sancionada a lei (13.652/18) que estabelece 2 de abril como o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo. A data segue convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que celebra o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo desde 2008.

A sessão solene desta terça-feira está marcada para as 9 horas.


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