O irmão da empresária e paisagista Elaine Caparroz, Rogério Peres Caparroz, ainda está perplexo com os ferimentos causados pelo espancamento a que ela foi submetida. Ele conta que, quando recebeu as primeiras imagens do apartamento em que o crime ocorreu, não acreditou que a irmã tivesse sobrevivido às agressões, que estão sendo tratadas pela polícia como tentativa de feminicídio.
“Uma amiga dela entrou em contato conosco e disse: aconteceu uma desgraça”, lembra ele. “Quando vi o vídeo do apartamento dela, achei que ela estava morta, pela quantidade de sangue espalhado”.
Rogério chegou ao Rio de Janeiro horas depois de ser informado, na tarde desta segunda-feira (18), para acompanhar a recuperação da irmã. Elaine está internada no Hospital Casa de Portugal e foi transferida da Unidade de Terapia Intensiva para o quarto na tarde desta segunda.
A paisagista e empresária sofreu múltiplas fraturas no rosto, perdeu dentes e levou 40 pontos na boca. Os médicos ainda não puderam definir se será necessário fazer cirurgia, por causa do inchaço do rosto.
“Cada vez que eu olho para a minha irmã, até agora, não consigo reconhecê-la naquela fisionomia. Não tem como me acostumar. Toda vez que eu olho, eu fico chocado”, diz ele, que conta que os médicos já descartaram que ela possa ter sequelas neurológicas, mas ainda não há garantias de que ela não fique com alguma sequela física.
Quando encontrou sua irmã na UTI, conta Rogério, ela estava angustiada e com a adrenalina elevada. “Ela queria falar e não conseguia por causa do inchaço”.
A mulher de Rogério, Mônica Caparroz, também conta que ficou chocada quando viu a violência com que a cunhada foi agredida. “Ela era uma pessoa que se cuidava muito e estamos atribuindo a isso ela estar se recuperando. Se ela tivesse uma condição física menor, ela teria morrido. Eu digo para você que, eu no lugar dela, não teria suportado”.
O autor das agressões foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Vinicius Batista Serra foi à casa de Elaine na noite de sábado e dormiu no apartamento dela, na Barra da Tijuca.
Os dois já se conheciam há oito meses pelas redes sociais e se encontraram pessoalmente pela primeira vez no dia do crime. Elaine conta que Vinicius pediu para que eles dormissem abraçados, e depois de cair no sono, ela acordou com ele esmurrando seu rosto.
Elaine também foi atacada com xingamentos, chutes e até mesmo mordidas, quando tentava proteger o rosto dos socos do agressor, que arrastou seu corpo pelo chão do apartamento.