
MPPR de feminicídio após ele atirar contra uma mulher transexual de 28 anos, em um crime ocorrido na madrugada do dia 19 de março deste ano, em plena via pública, no centro de Curitiba. A ação foi registrada na altura do número 878 da Rua Nunes Machado e, segundo as investigações, foi motivada por um desentendimento em relação ao pagamento de um programa sexual.
A 5ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida de Curitiba ofereceu a denúncia com base em evidências de que o crime foi cometido por menosprezo à condição de mulher da vítima, que atua como profissional do sexo e se identifica como mulher transexual. O órgão classificou o caso como tentativa de feminicídio, uma das formas mais graves de violência de gênero previstas na legislação brasileira.
Além da qualificadora de feminicídio, o MPPR destacou outros agravantes presentes no crime: o uso de meio que resultou em perigo comum — já que os disparos ocorreram em uma área pública e movimentada —, o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e o uso de arma de fogo de uso restrito. A promotoria também apontou como motivação torpe a recusa do agressor em pagar pelo programa sexual combinado.
Segundo as informações apuradas, a vítima só sobreviveu graças a uma sequência de fatores que impediram a consumação do homicídio. Após realizar alguns disparos, a arma utilizada pelo agressor apresentou falha. Nesse momento, uma testemunha interveio, alertando o atirador de que toda a ação estava sendo filmada. A vítima foi socorrida rapidamente e recebeu atendimento médico-hospitalar, o que foi fundamental para salvar sua vida.
O caso chama atenção não apenas pela violência envolvida, mas também pela clara manifestação de preconceito contra pessoas trans, realidade ainda enfrentada por muitas mulheres transexuais no Brasil — um dos países com os maiores índices de violência contra a população LGBTQIA+.
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Fonte: Redação/ Informações MPPR