19/12/2018 às 11h47min - Atualizada em 19/12/2018 às 11h47min

Apartamento de Kassab é alvo de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal

El País
Kassab em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara em maio de 2018 MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Agentes da Polícia Federal foram às ruas nesta quarta-feira, 19, em São Paulo e no Rio Grande do Norte para cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em investigação contra o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, por suspeita de recebimento de propina entre 2010 e 2016. De acordo com a PF, dois mandados são cumpridos em SP e seis no RN, onde um dos alvos é o governador Robinson Faria (PSD).
Um carro da PF estacionou no início da manhã em frente ao prédio de Kassab em São Paulo para cumprir um dos mandados de busca e apreensão. Os advogados do ministro foram ao local abrir a porta aos agentes já que não havia ninguém no imóvel. Ao portal de notícias G1, o ministro disse que está em Brasília à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
“Ao longo de todos esses anos de vida pública não há nada que me comprometa no campo da imoralidade. Estou tranquilo porque sempre respeitei os princípios da ética. Estou à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário. Não há nada que macule minha imagem”, afirmou Kassab ao G1 por telefone.
A PF, que por regra não identifica os alvos das operações, disse que a ação tem como objetivo investigar o recebimento de vantagens indevidas por parte de um ex-prefeito de São Paulo atualmente exercendo o cargo de ministro. Kassab é presidente licenciado do PSD e foi prefeito da capital paulista de 2006 a 2013. Ele e o partido teriam recebido, no total, 58 milhões de reais em propina.
Kassab também atuou como ministro das Cidades durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), antes de assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do governo Michel Temer (MDB). O ministro já foi anunciado como futuro chefe da Casa Civil do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo a PF, as vantagens ilegais recebidas teriam sido solicitadas a um “grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos”, que teria efetuado o pagamento em troca da defesa dos interesses do grupo, bem como para direcionar o apoio político na campanha presidencial de 2014.
Parte dos recursos também teria sido encaminhada para a campanha do então candidato ao Governo do Rio Grande do Norte e hoje governador, Robinson Faria, e a um deputado federal, ambos eleitos.
“Suspeita-se que os valores eram recebidos por empresas, através da simulação de serviços que não foram efetivamente prestados e para os quais foram emitidas notas fiscais falsas”, disse a PF, acrescentando que são investigados os crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral.

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