19/12/2018 às 11h37min - Atualizada em 19/12/2018 às 11h37min

A cirurgia que é nova esperança contra o câncer de pâncreas, um dos mais letais

BBC Brasil
HOSPITAL DE LA VALL D’HEBRON
A cada dia, mais de 1,2 mil pessoas em todo mundo são diagnosticadas com câncer de pâncreas, que tem uma das taxas de sobrevivência mais baixas deste tipo de doença. Mas, agora, uma nova técnica pode representar um grande avanço para os pacientes.
O câncer de pâncreas é um dos mais agressivos. Segundo a Sociedade Americana do Câncer, na melhor das hipóteses, a taxa de sobrevivência em cinco anos é de 14%, enquanto no pior dos prognósticos, é de apenas 1%.
Agora, o Hospital Vall d’Hebron de Barcelona, na Espanha, está testando um método pioneiro que pode melhorar essa situação. Chama-se radiofrequência, um procedimento com o qual três pessoas já foram operadas com sucesso.
Estes pacientes tinham um tipo específico de tumor, um adenocarcinoma de pâncreas localmente avançado, inoperável com as técnicas tradicionais e cujo tratamento é a quimioterapia paliativa.
Por isso, a radiofrequência poderia ser uma alternativa eficaz à quimioterapia na hora de tratar o câncer de pâncreas de pior prognóstico.

Uma técnica inovadora

A técnica consiste em introduzir uma agulha que permite aplicar temperaturas de até 80ºC diretamente na zona tumoral. A alta temperatura queima as células.
A agulha também conta com um sistema de refrigeração. “Neste tipo de intervenção, é usado um sistema que permite introduzir fluidos que chegam a zonas como o duodeno, para evitar que se aqueçam em excesso”, explica a cirurgiã Elizabeth Pando, do Hospital Vall d’Hebron.
As operações foram realizadas como parte de uma pesquisa liderada pelo Centro Médico Acadêmico da Holanda.
O procedimento já é usado para outros tipos de câncer, como de fígado, rins e pulmão, mas nunca havia sido aplicado ao pâncreas. “O estudo rompe essa barreira”, diz Pando.
Avaliava-se, até agora, que a radiofrequência não podia ser usada contra o câncer de pâncreas. O risco seria muito alto dada a localização do tumor, rodeado por artérias e veias maiores.
Se os bons resultados forem confirmados, a partir de 2020 ou 2012, o procedimento pode vir a se tornar uma opção para os pacientes que não podem passar por cirurgia.

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