13/11/2018 às 09h43min - Atualizada em 13/11/2018 às 09h43min

MP denuncia ex-prefeito de Pinhalão e outras seis pessoas por fraude em licitação para construção de aterro sanitário

Investigação apontou irregularidades em consórcio que mantém aterro em Japira, no Norte Pioneiro do Paraná. Promotoria pede devolução de R$ 27 milhões.

G1 Paraná

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou Claudinei Benetti, ex-prefeito de Pinhalão, no Norte Pioneiro do estado, e outras seis pessoas por fraude em uma licitação para construção e manutenção de um aterro sanitário em Japira, na mesma região.

A promotoria pede a devolução aos cofres públicos de R$ 27 milhões.

A investigação apontou irregularidades no consórcio que mantém o aterro sanitário. Trata-se de uma parceria entre seis cidades: Jaboti, Japira, Tomazina, Siqueira Campos, Ibaiti e Pinhalão, todas no Norte Pioneiro.

De acordo com o MP-PR, a licitação foi realizada em 2014, e os investigados incluíram no edital uma cláusula que seria impossível de se cumprir, além de ter apresentado o projeto básico do contrato no fim do processo.

A promotoria também questiona o fato de a licitação ter juntado serviços que deveriam, segundo o MP-PR, ser contratados separadamente, como a implantação de vala impermeabilizada, a operação e manutenção do aterro, a coleta seletiva e a construção de estruturas físicas no aterro.

Segundo a promotoria, as supostas ilegalidades foram cometidas para direcionar a licitação para a empresa vencedora, que já administrava o aterro sanitário e havia sido contratada de forma direta, sem licitação, o que caracteriza irregularidade.

Para a promotora Kele Bahena, a licitação foi montada para que a empresa que já prestava o serviço vencesse o certame.

A investigação do MP-PR também revelou que a empresa responsável pelo aterro recebeu pagamento adiantado por serviços que não haviam sido feitos.

Segundo a promotoria, também houve irregularidades na construção da estrutura física do aterro.

O MP-PR pede a devolução do valor total do contrato, quase R$ 5,6 milhões, além de multa e indenização por dano patrimonial.

"Houve muita fraude tanto na licitação quanto no cumprimento do contrato", afirma a promotora.

 

O outro lado

A defesa do ex-prefeito de Pinhalão Claudinei Benetti, que era presidente do consórcio à época dos fatos denunciados, disse que o cliente não foi citado na ação, que não teve acesso aos autos para análise e que vai se pronunciar posteriormente.

A empresa Engegreen informou que presta serviços a órgãos públicos e está todos os dias exposta a indagações do MP-PR e disse que acredita que nada é grave e está a inteira disposição.

Já o atual presidente do consórcio, Flávio Xavier, informou que vem cooperando com o MP-PR para que sejam esclarecidas todas as questões e que aguarda um posicionamento da Justiça.


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