18/09/2018 às 11h33min - Atualizada em 18/09/2018 às 11h33min

Tiago Cedraz, filho de ministro do TCU, é alvo de nova fase da Operação Registro Espúrio.

Agentes cumpriram 9 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão. Operação investiga fraudes em restituições de contribuições sindicais.

G1 Paraná

O advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz do Tribunal de Contas da União, é alvo da quarta fase da Operação Registro Espúrio deflagrada na manhã desta terça-feira (18) pela Polícia Federal (PF). Procurado pelo G1, o escritório de Tiago não respondeu ao contato.

A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), investiga supostos desvios de valores da Conta Especial Emprego e Salário (CEES). Segundo as investigações, os desvios chegam a R$ 9 milhões.

O apartamento e o escritório de Tiago, são alvos de mandados de busca. O sócio dele Bruno de Carvalho Galiano é alvo de mandado de prisão temporária. PF chegou a pedir a prisão de Tiago Cedraz, mas o STF negou. Tiago Cedraz é investigado pelos supostos crimes de peculato e corrupção ativa.

Marcelo de Lima Cavalcanti, chefe de gabinete do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), também é alvo de mandado de busca e prisão temporária. Ele foi preso em São Paulo.

Também foi preso durante a operação o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas do Brasil (Fenatracoop), Mauri Viana Pereira. O G1 entrou em contato com a defesa dele, mas não obteve resposta.

Até a última atualização desta reportagem, o G1 buscava contato com a defesa de Bruno de Carvalho Galiano e Marcelo de Lima Cavalcanti.

No total, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e 9 de prisões temporárias em Brasília, Goiânia, Anápolis (GO), São Paulo e Londrina (PR).

 

Investigações

A Polícia Federal investiga nesta fase fraudes na restituição de contribuições sindicais recolhidas a maior ou indevidamente da CEES.

A PF investiga os crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, no esquema investigado, pedidos de restituição eram manipulados por suposta organização criminosa com o intuito de adquirir direito a créditos.

Ainda segundo as investigações, os valores eram transferidos da CEES para as contas bancárias das entidades, e um percentual era repassado para os servidores públicos e advogados integrantes do esquema.

 

Registro Espúrio

A primeira fase da Operação Registro Espúrio foi desencadeada em maio deste ano para investigar suposta organização criminosa integrada por políticos e servidores que atuavam em fraudes na concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho.

Por causa das investigações, Helton Yomuna foi afastado do cargo de ministro do Trabalho no início de julho e a concessão de registros sindicais foi suspensa.

No dia 28 de agosto, a PGR denunciou o presidente do PTB, deputado cassado Roberto Jefferson, a filha dele e deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), o ex-ministro Helton Yomura e mais 23 pessoas.

No último dia 4, o ministro Edson Fachin, relator do caso no STF, autorizou a abertura de 3 inquéritos no âmbito da Operação Registro Espúrio.

 

Tiago Cedraz

Não é a primeira vez que o advogado é alvo de operação da Polícia Federal. Em agosto do ano passado, ele foi alvo de busca na 45ª fase da Operação Lava Jato.

Cedraz foi citado em depoimento do lobista Jorge Luz que, segundo as investigações da Lava Jato, atuou em favor do MDB em um esquema de corrupção e desvio de dinheiro da Petrobras para políticos do partido.

Segundo Jorge Luz, o advogado Tiago Cedraz intermediou conversas entre a empresa norte-americana Sargeant Marine e a Petrobras e, por isso, teria recebido US$ 20 mil em propina. Ainda de acordo com as investigações, Cedraz teria recebido os recursos em contas mantidas na Suíça em nome de offshores.


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