O corretor de imóveis Carlos Augusto Albertini disse em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que o contador Dirceu Pupo, um dos alvos da Operação Rádio Patrulha, tentou atrapalhar as investigações.
A operação prendeu o ex-governador Beto Richa, a mulher dele, e mais 13 investigados. O Gaeco investiga um esquema de superfaturamento de contratos para manutenção de estradas rurais para o pagamento de propina para agentes públicos.
Todos os presos foram soltos por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na sexta (14).
Albertini disse aos promotores que Pupo, suspeito de ser o representante do ex-governador Beto Richa (PSDB) em várias negociações, estava preocupado com uma negociação feita em 2013 - a venda de salas comerciais para André Richa, um dos filhos do ex-governador.
A negociação, conforme o corretor de imóveis, durou aproximadamente dez dias. O valor fechado foi de R$ 2,2 milhões, sendo que R$ 800 foi pago em troca de um apartamento em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e R$ 1,4 milhão em dinheiro vivo.
Augusto Albertini relatou que Pupo marcou um encontro e pediu que ele e o vendedor do imóvel não revelassem que parte do pagamento foi feita em dinheiro vivo.