14/09/2018 às 10h10min - Atualizada em 14/09/2018 às 10h10min

Programa Patrulha do Campo concluiu 62% das obras, indica levantamento.

Projeto para conservação de estradas rurais recuperou 3,1 mil km da estimativa de 5,1 mil km, conforme o Governo do Paraná. Operação 'Rádio Patrulha' prendeu 14 pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes no programa.

G1 Paraná

O programa Patrulha do Campo, do Governo do Paraná, concluiu 62% das obras de conservação de estradas rurais previstas, de acordo dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab). Há, também, obras que não saíram do papel.

Suspeitas de fraudes no programa são investigadas na Operação Rádio Patrulha, pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Paraná (Gaeco). Quatorze pessoas foram presas nesta semana, entre elas o ex-governador Beto Richa (PSDB).

O programa foi criado em 2012 para solucionar problemas em estradas rurais estado afora. O custo total do investimento: R$ 70 milhões.

Seis anos depois, foram recuperados pouco mais de 3,1 mil km da estimativa de 5,1 mil km, segundo a Seab. O total recuperado corresponde a 3% do total de estradas rurais do Paraná.

Em Cruz Machado, no sul do estado, não houve manutenção em nenhum dos 27 km que deveriam passar por melhorias, conforme informações do Portal da Transparência.

As informações do portal também apontam que a recuperação de estradas em outras cidades não chegou a 50%: Diamante do Norte (7,4%), Paranavaí (18,1%), Palmas (35,2%) e Imbituva (29,4%).

No programa, o governo alugava máquinas novas e repassava para municípios, que se juntavam em consórcios para pagar combustível e o salário dos motoristas.

Conforme o governo, o Patrulha do Campo chegou a mais de 100 cidades. Em parte delas, operários cruzaram os braços por falta de verbas.

As máquinas repassadas às prefeituras foram alugadas das empresas Ouro Verde, Cotrans e Terra Brasil, vencedoras da licitação.

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a licitação foi direcionada e beneficiou as empresas em troca de propina para os agentes públicos.

 

O que dizem os citados

O Governo do Paraná informou que está colaborando com as investigações.

A Ouro Verde disse que a empresa cumpriu todas as obrigações legais na contratação dos serviços prestados ao estado e nega qualquer envolvimento em atos ilícitos. Informou, ainda, que o presidente da empresa, preso na operação, renunciou ao cargo.

A Cotrans negou as irregularidades e afirmou que está a disposição para os esclarecimentos necessários.

A reportagem não conseguiu contato com a empresa Terra Brasil.


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