13/09/2018 às 08h54min - Atualizada em 13/09/2018 às 08h54min

Tribunal federal mantém sentença de Odebrecht e reduz pena de Renato Duque.

Eles foram condenados na Lava Jato por esquema de corrupção nos contratos da estatal com a empreiteira. Empresário tem acordo de delação premiada, que fez com que os 19 anos e quatro meses sentenciados pelo juiz Sérgio Moro fossem reduzidos.

G1 Paraná

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu manter a pena empresário Marcelo Odebrecht e reduzir a pena do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em julgamento realizado nesta quarta-feira (12) em Porto Alegre. Eles foram condenados na Lava Jato por esquema de corrupção nos contratos da estatal com a empreiteira.

Odebrecht foi condenado no processo por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele tem acordo de delação premiada, que fez com que os 19 anos e quatro meses sentenciados pelo juiz Sérgio Moro fossem reduzidos.

Foi neste acordo que a defesa se apoiou contra o aumento de pena. O advogado Nabor Bulhões disse ter pedido a redução, "porque ficou amplamente comprovado que o Marcelo não ordenou os atos de corrupção". Ele citou, durante sua fala no julgamento, que existem "milhares de e-mails", além dos 77 depoimentos de funcionários, que corroboram com a alegação.

Entretanto, o relator do processo no TRF-4, desembargador federal João Gebran Neto, disse que há evidências da participação dele nos pagamentos indevidos. "As contas depositadas eram comprovadamente controladas pela Odebrecht, conforme demonstram documentos de cadastro bem como registros de movimentação, com significativa quantidade de crédito proveniente de contas oficiais do grupo", disse.



Já Renato Duque foi condenado por corrupção passiva, por receber vantagens indevidas em contratos com a empreiteira, e lavagem de dinheiro. Nesta quarta, ele teve a pena reduzida de 20 anos, três meses e 10 dias para 16 anos e sete meses de reclusão. O G1 não conseguiu contato com a defesa dele.

Odebrecht foi considerado o mandante dos crimes cometidos pela empreiteira, uma das maiores do país e acusada de pagar R$ 108 milhões e US$ 35 milhões em propina a agentes da Petrobras.

O Ministério Público Federal pedia, na segunda instância, que os dois fossem condenados por outros atos de lavagem de dinheiro e de corrupção, além dos crimes estipulados na primeira instância, na Justiça Federal de Curitiba. Também solicitava o aumento das penas.

Inicialmente listados no mesmo processo, os réus Márcio Faria, Rogério Araújo, César Rocha e Alexandrino Alencar firmaram acordo de delação premiada. Tanto eles quanto o MPF desistiram dos recursos. Os outros réus, entretanto, participaram do julgamento como partes interessadas.

 

Penas dos outros réus

  • Paulo Roberto Costa: a pena passou de 20 anos, três meses e 10 dias para 15 anos e 10 meses de reclusão.
  • Pedro José Barusco Filho: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena passou de 20 anos, três meses e 10 dias para 17 anos e seis meses de reclusão.
  • Alberto Youssef: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena passou de 20 anos e quatro meses para 14 anos de reclusão.
  • Márcio Faria da Silva: condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena ficou mantida em 19 anos e quatro meses de reclusão.
  • Rogério Santos de Araújo: condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena ficou mantida em 19 anos e quatro meses de reclusão.
  • Cesar Ramos Rocha: condenado por corrupção ativa e associação criminosa. A pena passou de nove anos, 10 meses e 20 dias para sete anos e oito meses de reclusão.
  • Alexandrino de Salles Ramos de Alencar: condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A pena passou de 15 anos, sete meses e 10 dias para 12 anos de reclusão.

Segunda condenação de Odebrecht

Marcelo Odebrecht tem outra condenação, de junho deste ano, por pagamento de propina ao ex-ministro Antônio Palocci. Ele recebeu pena de 12 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão.

Como a sentença saiu depois de o empresário firmar acordo de delação premiada, o juiz de Sérgio Moro ajustou a pena ao previsto no acordo, 10 anos, incluindo o tempo em que ele ficou detido.

Odebrecht foi preso preventivamente em junho de 2015 e atualmente está em regime semiaberto, com tornozeleira eletrônica.

 


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