12/09/2018 às 14h10min - Atualizada em 12/09/2018 às 14h10min

Suspeito de intermediar propina em esquema de corrupção no governo Beto Richa se entrega à polícia.

André Felipe Bandeira se entregou na manhã desta quarta (12); dos 15 mandados de prisão, 13 foram cumpridos.

G1 Paraná

André Felipe Bandeira, que foi um dos alvos de de prisão da Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), se entregou à polícia na manhã desta quarta-feira (12), em Curitiba.

Ele é irmão de Túlio Bandeira e, de acordo com as investigações, era um dos responsáveis pela entrega de parte do pagamento de propina ao colaborador Tony Garcia.

A investigação do Gaeco é sobre o programa do governo estadual Patrulha do Campo, que faz a manutenção das estradas rurais. Também foram presos o ex-governador Beto Richa (PSDB), a esposa dele, Fernanda Richa, além de outros investigados.

Até a publicação desta reportagem, 13 dos 15 mandados expedidos na operação tinham sido cumpridos.

A ordens não cumpridas são contra o empresário Joel Malucelli e ex-secretário de Assuntos Estratégicos do Governo do Paraná, Edson Casagrande. Veja a lista completa no final da reportagem.

Segundo os promotores, o ex-governador e atual candidato ao Senado é chefe de uma organização criminosa que fraudou uma licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção das estradas, em 2011.
 

Investigações

De acordo com a Justiça, o esquema criminoso funcionava a partir do aluguel de máquinas da iniciativa privada. A ideia, conforme despacho do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, era fraudar a licitação para que as empresas envolvidas ganhassem o contrato superfaturado.

Ainda segundo as investigações, Tony Garcia era quem recebia a propina e repassava o dinheiro a Richa, “que contava com o apoio de Pepe Richa, Luiz Abi, Ezequias Moreira e Deonilson Roldo para organizar o esquema criminoso e auxiliar na arrecadação dos valores ilícitos”.

O MP-PR também apurou que Richa fez a lavagem de valores ilícitos com apoio da mulher Fernanda Richa e do contador da família, Dirceu Pupo Ferreira.

Entre as provas apresentadas pelo MP-PR, há um áudio de uma suposta conversa, de novembro de 2013, entre o delator Tony Garcia e o então governador Beto Richa. Para os promotores, a conversa faz menção ao atraso da propina que deveria ter sido paga por Celso Frare, empresário da Ouro Verde, uma das empresas beneficiadas pela licitação supostamente fraudada.

 

Saiba quem são os alvos da operação Rádio Patrulha

  • Beto Richa - ex-governador do Paraná e candidato ao Senado ( PRESO) 
    Fernanda Richa – esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social (PRESA)
  • Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete do ex-governador (PRESO)
  • Pepe Richa – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura (PRESO)
  • Ezequias Moreira – ex-secretário de cerimonial de Beto Richa (PRESO)
  • Luiz Abib Antoun – parente do ex-governador (PRESO)
  • Edson Casagrande – ex-secretário de Assuntos Estratégicos
  • Celso Frare – empresário da Ouro Verde (PRESO)
  • Aldair W. Petry (PRESO)
  • Dirceu Pupo – contador (PRESO)
  • Joel Malucelli – empresário J.Malucelli
  • Emerson Savanhago – empresário (PRESO
  • Robinson Savanhago – empresário (PRESO)
  • Túlio Bandeira (preso) – advogado (PRESO)
  • André Felipe Bandeira (PRESO)

 

O outro lado

A defesa de Beto Richa disse que só vai se manifestar após a apreciação de um pedido de habeas corpus.

O advogado de Fernanda Richa disse que ela é inocente e que confia na Justiça. A defesa disse ainda que Fernanda sempre esteve à disposição para contribuir com eficiência nas investigações a que foi chamada a responder e que a prisão é excessiva, inadequada e desnecessária.
 

A defesa de Deonilson Roldo informou que ainda não teve acesso às ordens judiciais. O advogado Roberto Brzezinski disse que considera a prisão desnecessária porque o cliente sempre coloborou e se colocou à disposição da Justiça.

A defesa de Luiz Abi Antoun afirmou que acompanhou as buscas das equipes do Gaeco e que, por enquanto, não vai se manifestar.

A advogada de André Bandeira, Marina Luersen, disse que só vai se manifestar sobre a defesa de seu cliente após ter acesso aos autos.

A defesa de Pepe Richa informou que só vai se manifestar nos autos.

A defesa de Celso Frare disse que não vai se posiciona.

O G1 tenta contato com a defesa dos demais citados na reportagem.

 
 

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