12/09/2018 às 13h35min - Atualizada em 12/09/2018 às 13h35min

PF cumpre mandados em endereços ligados a governador do MS e no TCE

Alex Rodrigues
Agência Brasil

Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão no apartamento em que mora o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), no bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande (MS). A sede do governo do estado também foi alvo das buscas determinadas pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e cumpridas no âmbito da Operação Vostok, deflagrada hoje (12).

Nos dois endereços, policiais federais recolheram documentos que possam subsidiar as investigações de um suposto esquema fraudulento de concessão de benefícios fiscais a empresas que, em contrapartida, pagavam propina a agentes públicos. As investigações foram iniciadas no início deste ano a partir de colaboração premiada de executivos de uma grande empresa do ramo frigorífico.

Candidato à reeleição, Azambuja estava voltando de compromissos de campanha em Naviraí, a cerca de 350 quilômetros da capital. Consultada pela reportagem, a assessoria do governo confirmou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na governadoria e informou aguardar a chegada de Azambuja à capital para se manifestar sobre a ação policial.

Os policiais federais também estiveram no prédio onde mora Rodrigo Azambuja, filho do governador. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde vasculharam o gabinete do conselheiro Márcio Monteiro. Monteiro já foi duas vezes prefeito de Jardim (1997-2004); deputado estadual (2011-2015) e federal (2015-2017), além de ter sido secretário adjunto de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (2007-2010) e secretário estadual de Fazenda (2015-2017).

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o suposto esquema criminoso funcionava desde 2003. Créditos tributários eram concedidos irregularmente a empresas. Em troca, os beneficiados simulavam doações eleitorais a políticos acusados de envolvimento com o esquema. Ou simplesmente repassavam as quantias combinadas em dinheiro vivo. Contratos de compra e venda também eram simulados com o envolvimento de empresas do setor agropecuário que emitiam notas fiscais falsas para dar aparência de legalidade aos negócios.


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