Trinta e cinco partidos lançaram candidatos à Câmara dos Deputados para a eleição deste ano. A lista é liderada pelo Psol, com 530 candidatos, o equivalente a 6,4% do total; e pelo PSL, com 474 candidatos, ou 5,7% do total. Depois aparecem PT (388 candidatos), Patriotas (353), Avante (352) e MDB (334), cada um deles com cerca de 4% do total de 8.262 candidatos a deputado federal. Essa será a eleição com o maior número de candidatos na história da Câmara.
A divisão do número total de postulantes ao cargo pelas 513 vagas de deputado federal mostra uma relação de 16,1 candidato por vaga. Em 2002, por exemplo, essa relação era de apenas 8 candidatos por vaga.
Essa concorrência varia de acordo com a quantidade de candidatos registrados em cada estado e de cadeiras na Câmara a que esse estado tem direito – que pode variar de 8 a 70. Levando-se essas variáveis em conta, no Rio de Janeiro, por exemplo, há 23,8 candidatos a deputado federal por vaga. Já no Pará, essa proporção é de 8,35.
Mais partidos
O aumento gradativo nessa disputa pode ser explicado pela ampliação no número de partidos, que passou de 30, em 2002, para os atuais 35.
Essas mesmas legendas também privilegiaram a candidatura a deputado federal por causa das novas regras da cláusula de desempenho, criadas por uma emenda constitucional (EC 97).
De acordo com o texto, apenas os partidos que receberem, no mínimo, 1,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados na eleição deste ano poderão receber os recursos do Fundo Partidário e ter acesso ao horário gratuito de rádio e TV, a partir de 2019.
E não é só: os votos devem estar distribuídos em, pelo menos, nove estados diferentes, e com o mínimo de 1% dos votos em cada um deles. Ou seja, a garantia plena de recursos e de instrumentos de propaganda gratuita em 2019 vai depender do desempenho dos partidos nesta eleição para a Câmara, em 7 de outubro.
O cientista político Thiago Vidal aponta outros motivos que justificam a maior movimentação do Psol e do PSL para o lançamento de candidaturas a deputado federal.
"Até o começo do ano, o PSL mal tinha o número mínimo de deputados para que Bolsonaro fosse convidado para debates. Por mais que ele não tenha uma coligação estruturalmente competitiva, a imagem dele, do ponto de vista eleitoral, agrega sobretudo para candidatos a cargos proporcionais, como são os casos de deputado federal e deputado estadual”, avalia. “E o Psol já está, há muitos anos, tentando se capilarizar nos demais estados, até em função do enfraquecimento da esquerda em função do impeachment [de Dilma Rousseff]".
Eleições gerais
No quadro geral das eleições de 2018, os dois partidos também são os que lançaram a maior parte dos quase 28 mil candidatos que vão disputar as vagas para oito cargos eletivos: presidente e vice, governador e vice, deputados federal e estadual, além de duas vagas para o Senado.
Só que nesse quadro geral, as posições se invertem: o PSL aparece na frente, com 1.481 candidatos (5,2%), seguido pelo Psol, com 1.319 (4,7%).