20/08/2018 às 09h18min - Atualizada em 20/08/2018 às 09h18min

Tribunal de Justiça prorroga afastamento de vereadores de Londrina réus da Operação ZR3 por mais 180 dias.

Defesas dos parlamentares tinham entrado com recurso no Tribunal para cancelar decisão de primeira instância. No entanto, esse pedido foi negado. Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB) são acusados de corrupção passiva e organização criminosa. Eles negam.

G1 Paraná

Os vereadores de Londrina, no norte do Paraná, Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV), réus na Operação Zona Residencial 3 (ZR3) e investigados por quebra de decoro parlamentar, vão continuar proibidos de exercer os mandatos até janeiro de 2019.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou o habeas corpus com pedido de liminar para que fosse suspensa a decisão do juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina que prorrogou os afastamentos por 180 dias.

Inicialmente o prazo venceria em 24 de julho, mas o juiz Délcio Miranda entendeu ser necessária a prorrogação por mais esse período. Os dois vereadores recorreram ao Tribunal e, na sexta-feira (17), saíram as decisões negando os recursos.

Nas decisões, o desembargador José Mauricio Pinto de Almeida ressalta que não se pode esquecer da gravidade dos fatos e tomar as devidas precauções.

“Vereador eleito pela sociedade londrinense, que agora se mostra denunciado por integrar organização criminosa e participar de atos de corrupção -, que atingem prontamente à administração pública municipal e a sociedade londrinense que tanto assim confiou o cargo eletivo a ele, e, tudo isso, em detrimento de benefícios e regalias pessoais”, diz um trecho da decisão.

A defesa de Mário Takahashi disse que vai recorrer dessa decisão.

 

Investigação do Gaeco

Os dois vereadores são réus na Operação Zona Residencial 3 (ZR3), que apura um suposto esquema de pagamento de propina para mudanças de zoneamento na cidade. Eles respondem por corrupção passiva e organização criminosa e negam as acusações.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu à Justiça a prorrogação do afastamento de Takahashi e de Alves. Os promotores alegam que a defesa de um dos vereadores constrangeu Júnior Zampar, principal testemunha do processo, durante um depoimento na Comissão Processante.

 

Quebra de decoro

Após a deflagração da operação, a Câmara de Vereadores aprovou a abertura de Comissão Processante para investigar se houve quebra de decoro pelos dois parlamentares.

O relatório da CP foi entregue no dia 14 de julho com parecer favorável pela cassação de Alves e Takahashi e a câmara marcou a sessão de julgamento para esta segunda-feira (20).

No entanto, uma decisão do TJ-PR, publicada na sexta-feira, ordena que a Comissão ouça Mário Takahashi antes da votação. O vereador não compareceu no dia marcado para o interrogatório alegando que não sabia que a CP tinha dispensado uma testemunha de defesa e tinha confirmado a data.


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