O governo Trump estuda aumentar de 10% para 25% as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China, confirmou em nota nesta quarta-feira (1) o representante comercial do país, Robert Lighthizer. A informação já havia sido antecipada por agências de notícias.
“Esta semana, o presidente determinou que eu considerasse aumentar o nível proposto do imposto adicional de 10% para 25%”, informou Lighthizer, que havia sido incumbido no dia 18 e junho à tarefa de identificar U$S 200 bilhões em produtos chineses que poderiam receber a taxação extra. O anúncio de taxas extras para esses produtos, de 10%, foi feito no dia 10 de julho, e gerou reclamação da China à Organização Mundial do Comércio.
Lighthizer afirmou em nota que taxação é uma “resposta à decisão da China de causar mais danos aos trabalhadores, agricultores e empresas norte-americanas ao impor tarifas retaliatórias aos produtos dos EUA”.
Após a divulgação das primeiras notícias sobre o possível aumento das taxas nesta quarta, o porta-voz do primeiro-ministro chinês, Geng Shuang, apontou que o país asiático pode lançar mão de novas retaliações contra os Estados Unidos.
"A pressão e a chantagem dos EUA não terão efeito. Se os Estados Unidos adotar novos passos, a China inevitavelmente tomará contramedidas e nós protegeremos nossos direitos legítimos", disse Shuang.
Os mercados financeiros reagiram às notícias de piora nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,01%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,8%. Em Wall Street, nos Estados Unidos, o índice Dow Jones recuou 0,32% a 25.333 pontos. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continete, caiu 0,46%, a 1.527 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,45%, a 390 pontos.
Guerra comercial
Os Estados Unidos e a China vêm trocando uma série de ameaças e anúncios de medidas protecionistas nos últimos meses. A tensão tem gerado preocupações no mundo todo em relação aos possíveis efeitos de uma guerra comercial entre os dois países e a possibilidade de contágio em outros mercados.
As preocupações chegaram a ser amenizadas no final de julho, após uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Eles anunciaram um acordo para avançar rumo à "tarifa zero", evitando assim a guerra comercial.