05/09/2024 às 11h58min - Atualizada em 05/09/2024 às 11h58min
Queimadas em Alta: Defesa Civil e Corpo de Bombeiros Intensificam Ações de Prevenção e Combate
De Siqueira Campos/JCN
O número de queimadas em vegetação nas regiões de Santo Antônio da Platina e Siqueira Campos atingiu níveis preocupantes neste ano. Segundo dados do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, houve um aumento considerável em comparação aos anos anteriores, com os registros quadruplicando em Siqueira Campos e dobrando em Santo Antônio da Platina, somando quase 30 ocorrências em cada município.
As áreas pastorais foram as mais afetadas pelas chamas, que se espalharam rapidamente devido à combinação de fatores climáticos e ações humanas. O tenente Poletto do Corpo de Bombeiros destacou que o aumento de ocorrências está em linha com a tendência nacional, especialmente durante o período de seca severa que o país enfrenta em 2024.
Desafios no Combate às Queimadas
As equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil têm atuado intensamente no combate a esses incêndios, mas enfrentam grandes desafios. A vasta área de cobertura das regiões aumenta o tempo de resposta das equipes, além de limitar os recursos disponíveis para outras emergências. “Quando estamos envolvidos em uma operação de combate a queimadas, especialmente em locais distantes, precisamos dividir as equipes para garantir que outros chamados, como acidentes e incêndios urbanos, também sejam atendidos”, explicou o comandante.
O apoio das prefeituras locais tem sido fundamental quando o número de ocorrências ultrapassa a capacidade operacional das equipes. Segundo o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), coronel Antonio Geraldo Hiller Lino, a colaboração interinstitucional permite que as ações de combate sejam mais eficazes e rápidas, minimizando os danos ao meio ambiente e às propriedades rurais.
Previsão de um Setembro Crítico
Durante uma reunião virtual realizada nesta terça-feira (3), o CBMPR discutiu o balanço da Operação de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Operação Quati João 2024). O evento, que contou com a presença de representantes de diversos setores e entidades, lançou um alerta para o mês de setembro, que promete repetir o cenário alarmante de agosto.
De acordo com o coordenador de Operação do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Marco Jusevicius, o estado registrou cerca de 20 mil focos de calor em agosto, aproximadamente seis vezes mais do que em julho. A previsão é de que setembro mantenha as mesmas condições climáticas, com altas temperaturas e pouca chuva, o que favorece o aumento no número de queimadas. “A estação de chuvas vai atrasar este ano, ficando para outubro. Isso significa que teremos um setembro muito seco e propício para incêndios de grande magnitude”, destacou Jusevicius.
Atuação e Expectativas para o Futuro
O Corpo de Bombeiros, com o suporte do Instituto Água e Terra (IAT), tem se preparado para enfrentar a intensificação das queimadas. O uso de aeronaves e equipamentos especializados foi destacado como um fator essencial para o controle dos grandes incêndios florestais registrados em agosto, nas regiões de Maria Helena, Cianorte e no Parque de Vila Velha, nos Campos Gerais.
No entanto, a gravidade da situação obrigou o Paraná a priorizar a sua própria operação, postergando o envio de tropas ao Mato Grosso do Sul e Rondônia, que haviam solicitado ajuda. "Com a intensificação prevista para os próximos 15 a 20 dias, não podemos correr o risco de desfalcar nosso efetivo", comentou o subcomandante-geral, enfatizando a necessidade de garantir a segurança dentro das divisas do estado.
Educação e Prevenção
Para minimizar os danos e reduzir a incidência de queimadas, o CBMPR e a Defesa Civil têm implementado campanhas educativas, alertando a população sobre os perigos e as penalidades associadas às queimadas ilegais. A maioria dos incêndios florestais tem causa antrópica, seja por queimadas controladas que saem do controle ou por descuidos, como bitucas de cigarro jogadas à beira da estrada.
As autoridades orientam que, ao avistar um foco de incêndio, a população entre em contato imediatamente com o Corpo de Bombeiros pelo número 193. A central de atendimento, equipada com monitoramento via imagens, consegue acompanhar a evolução do fogo e coordenar os recursos com maior precisão, garantindo uma resposta mais eficaz.
Metas para o Final do Ano
As expectativas para o controle das queimadas até o fim de 2024 são desafiadoras, mas o CBMPR pretende manter suas equipes estrategicamente distribuídas, garantindo agilidade no atendimento. A parceria com prefeituras locais e entidades governamentais continuará sendo uma prioridade, reforçando o combate ao fogo em áreas críticas.
Além disso, os próximos meses trarão novos desafios devido à previsão de agravamento das condições climáticas. Mesmo com os esforços de prevenção e combate, a Corporação já prevê que o número de queimadas em 2024 deve superar a marca registrada entre 2019 e 2021, quando o Paraná estava sob a influência do El Niño.