09/08/2024 às 12h35min - Atualizada em 09/08/2024 às 12h34min
Técnico da Seleção de canoagem celebra prata de Isaquias e cita ciclo complicado
Erick Castelhero - jornalcn.com.br
Gazeta Esportiva
Imagem: Reprodução/Twitter O brasileiro Isaquias Queiroz conquistou mais uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos e fincou ainda mais seu nome na história do esporte brasileiro. O remador terminou nesta sexta-feira em segundo na final do C1 1000 m - atrás apenas do tcheco Martin Fuksa, que garantiu o ouro, com recorde olímpico. Após a prova, o técnico da Seleção Brasileira de canoagem, Lauro de Souza, o Pinda, falou sobre a performance dele e as dificuldades que enfrentou durante o ciclo para a competição.
“Foi um ciclo muito pesado. Os Isaquias tem, no mínimo, uns 12, 13 anos treinando em alta performance, treinando concentrado. Em algum momento desse ciclo, ele sentiu um pouco e a gente teve que dar um passo para trás durante o ciclo. Não fizemos um mundial o ano passado do jeito que a gente gosta de fazer, mas conseguimos dar a volta por cima. Diante da grandeza que os Isaquias têm, do nível de atleta que ele é, a gente conseguiu superar essas adversidades”, afirmou o treinador.
Pinda ainda comentou sobre a forma que Isaquias disputou a prova e revelou que não estava nos planos iniciais ter uma distância tão alta no começo para os primeiros colocados.
“Não estava nos planos ficar tão longe da cabeceira da prova, a gente queria estar mais à frente, mas eu pedi para o Isaquias seguir a intuição dele, tentar marcar a prova, mas siga a sua intuição porque a gente chega rápido. E a minha palavra que falei para ele é que ninguém tinha uma troca igual a dele, ninguém tinha um final igual a dele aqui nessa pista”, relatou.
Assim como em outras corridas, Isaquias manteve a estratégia de colocar sua força máxima na reta final. O brasileiro deu mais uma arrancada espetacular nos últimos 250 m e saltou da quarta posição para a segunda, terminando com tempo de 3:44.33, um segundo a menos que Martin Fuksa, com 3:43.16. O tempo feito por Queiroz lhe daria o ouro em todas as outras edições. Ele, inclusive, também bateria o recorde olímpico, caso o tcheco não tivesse tido um desempenho histórico.Lauro de Souza também elogiou o medalhista de ouro, Martin Fuksa, e a consistência de Isaquias nos Jogos Olímpicos.
“A gente também tem que saber reconhecer a grande prova que o tcheco fez, é um dos atletas que na última década, junto com o Isaquias e com o Sebastian Brendel, vinham dominando, marcaram uma geração. A gente viu grandes atletas fora das finais, atletas que foram campeões mundiais nesse ciclo, atletas que foram medalhistas, medalhistas de prata. Ficaram fora da final, então não é fácil se manter nas medalhas e a gente tem um atleta que até hoje não falhou em nenhuma olimpíadas”, disse.
Com a prata, Isaquias igualou os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael na vice-liderança dos brasileiros com mais medalhas nos Jogos, com cinco cada, atrás apenas de Rebeca Andrade, que tem seis.
Isaquias Queiroz conquistou um ouro, três pratas e um bronze. Robert Scheidt ganhou dois ouros, duas pratas e um bronze. Já Torben Grael dois ouros, uma prata e dois bronzes. Enquanto Rebeca soma dois ouros, três pratas e um bronze.
Isaquias ganhou a prata no C2 e no C1 de 1000 m, no Rio de Janeiro, em 2016, além do bronze no C1 de 200 m. Já em Tóquio, em 2021, o canoísta levou o ouro no C1 de 1000 m. Agora, conquistou a prata do C1 de 1000 m dos Jogos de Paris.
Anteriormente, Isaquias, ao lado de Jacky Godmann, disputou o C2 500 m nesta Olimpíadas, mas não conseguiu medalha. Os brasileiros terminaram na oitava posição no geral.