08/08/2024 às 11h32min - Atualizada em 08/08/2024 às 11h32min

Adriana Diniz, criadora do Projeto Elas por Elas de Siqueira Campos, fala sobre importância da prevenção da violência contra a mulher

O Paraná tem o segundo maior número de violência doméstica no Brasil, ficando apenas atrás de São Paulo

Isa Machado
Os casos de violência doméstica no Paraná estão crescendo exponencialmente, o que levou a Bancada da Oposição da Câmara dos Deputados (ALEP) a discutirem o assunto.
Mais de 90 mil boletins de ocorrência de violência contra a mulher e 30 mil de violência doméstica foram registrados no Paraná entre janeiro e maio de 2024, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Em relação aos feminicídios, houve 69 mortes no primeiro semestre. Somados aos outros 99 casos de violência que não resultaram na morte das vítimas, o estado acumulou 168 ocorrências no período, segundo maior número dentre os estados brasileiros no semestre, atrás apenas de São Paulo. Os dados são do Laboratório de Estudos de Feminicídios (Lesfem)
Já o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 indica que o número de feminicídios no Estado subiu 5% de 2022 para 2023, com 81 crimes de feminicídio no Paraná.
Em 2019 foi criado em Siqueira Campos o Projeto Elas por Elas, pela jornalista e locutora Adriana Diniz. O projeto consiste em lutar contra todo tipo de violência contra a mulher e foca principalmente na prevenção do feminicídio, nem como luta pelos direitos das mulheres. Com palestras, encontros e rodas de conversas o Elas por Elas busca uma maior conscientização que alcançar todos os públicos.
Os dados de violência e feminicídio preocupam e reforçam a importância de ações como a Semana Agosto Lilás, criada pela Lei Estadual 19.972/2019 e que inseriu no calendário oficial de eventos do Estado do Paraná, uma semana de agosto como o período dedicado à conscientização e combate à violência feminina.
A campanha Agosto Lilás nasceu em 2016, idealizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), para celebrar os 10 anos da Lei Maria da Penha. 
As ações da campanha Agosto Lilás 2024 são realizadas pela Secretaria da Mulher, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, com o objetivo de promover a conscientização da sociedade para a necessidade do enfrentamento às diversas formas de violência contra as mulheres.
A Lei Maria da Penha (11.340/2006), principal legislação brasileira para enfrentar a violência contra a mulher e reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência de gênero, cria mecanismos para prevenir e coibir essa prática. Muitas mulheres ainda acreditam que só devem buscar ajuda quando há agressão física, quando, na verdade, a legislação considera a existência de vários outros tipos de violência, que podem ser cometidos de forma conjunta ou não. 
“O projeto "Elas por Elas" foi pensando por mim em 2019 com o objetivo central ampliar e dar luz e voz às mulheres em todas as áreas, colocando as demandas e perspectivas das mulheres em primeiro plano”, comentou Adriana.
O Projeto Elas por Elas atualmente está com um grupo de mulheres engajadas realizando várias ações para as mulheres, eventos online e presenciais e também um quadro no podcast PodBem - O Bem que Conecta, sobre  pautas femininas.  Essa iniciativa busca empoderar mulheres a assumirem papéis de liderança, a terem suas vozes ouvidas e a contribuírem para a construção de um futuro mais justo e igualitário para todas.
“Pensamos em aumentar a representatividade feminina, fortalecendo redes de mulheres, criando espaços de diálogo, troca de experiências e apoio mútuo entre mulheres. Colocar em ação as pautas femininas, promovendo debates e discussões sobre os desafios e as conquistas das mulheres, buscando soluções para problemas como a desigualdade de gênero, a violência contra a mulher e o acesso a direitos básicos”, destacou Adriana.
 O projeto empodera as mulheres, aumentando sua autoestima e confiança. O empoderamento feminino é um processo contínuo que exige o engajamento de todos e todas. Ao apoiar iniciativas como o "Elas por Elas", contribuímos para a construção de um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres.

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