09/05/2024 às 10h32min - Atualizada em 09/05/2024 às 10h32min
Polícia pede prisão preventiva de técnica de enfermagem suspeita de matar, esquartejar e queimar corpo de marido
Prazo da prisão temporária da investigada terminou nesta quarta-feira (8). Ela também é investigada pela morte de outros 2 ex-companheiros. g1 tenta identificar defesa dela.
Taciana Ferreira da Silva, suspeita de matar, esquartejar e queimar o marido em Toledo — Foto: Reprodução
A Polícia Civil do Paraná pediu nesta quarta-feira (8) a prisão preventiva da técnica de enfermagem Taciana Ferreira da Silva, de 49 anos, suspeita de matar, esquartejar e queimar o corpo do marido Edivan da Silva Almeida, de 51 anos. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa concedida nesta quarta pelo delegado Fabio Freire, responsável pelas investigações. O pedido precisa ser analisado pela Justiça. A suspeita está presa temporariamente desde 9 de março. Caso a prisão preventiva seja decretada, não há prazo para soltura. A polícia agora tem dez dias para concluir o inquérito e ainda aguarda o resultado de um dos laudos solicitado ao longo das investigações. O casal era da Paraíba e vivia em Toledo, no oeste do Paraná, há cerca de um ano. A polícia afirma que a mulher confessou ter matado o homem entre 14 e 15 de fevereiro por vingança após descobrir uma traição por parte da vítima. O g1 tenta identificar a defesa de Taciane. Taciana é investigada também pela morte de outros dois ex-companheiros. Crime premeditado Conforme a investigação, em 14 de fevereiro Taciana ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) afirmando que o marido estava passando mal, mas não deu continuidade ao atendimento e nem atendeu mais as ligações do serviço feitas a ela na sequência. "No fundo da ligação, a vítima está com respiração agônica, com dificuldade, segundo profissionais, respiração que precede a parada respiratória. [...]. Ela não dá continuidade a chamada e não atende retorno ao Samu e nem retorna", afirmou o delegado. De acordo com a polícia, a mulher colocou uma substância na bebida do marido. Devido ao esquartejamento e queima do corpo, ainda não foi possível identificar exatamente o que a vítima ingeriu. Segundo o delegado, entre as hipóteses estão a ingestão de remédio ou veneno de rato - encontrado no local de trabalho da investigada. Para o delegado, o crime foi premeditado. “Ela alega que cometeu o crime por ter tido conhecimento de traição e de forma repentina agiu repentinamente. [..] Não foi de forma repentina e sim premeditada. E a motivação não foi apenas a questão a traição, mas, sim, um possível retorno de Edivan à Paraíba para casar com a outra mulher", afirmou o delegado. Crime de 'forma singular' O delegado afirmou nesta quarta que a mulher confessou o crime e que investigação não identificou, até o momento, a participação de terceiros. “Ela já havia trabalhou em Instituto Médico Legal (IML), por isso ela tinha conhecimento dessa parte da anatomia e, portanto, realizou os cortes e a queima do corpo. Por isso, não foi identificado até o momento, a participação de terceiros, no crime." Investigada por outros crimes Depois que a Taciana confessou o crime, a polícia passou a receber informações sobre o desaparecimento de um ex-companheiro dela chamado José Sérgio. O delegado informou que uma filha da vítima disse à polícia que o pai está desaparecido desde 2022. Também conforme o delegado, a filha relatou que, após o pai pedir divórcio da mãe, em 2020, na sequência ele se casou com Taciane. Alguns meses depois, já em 2021, pai e filha perderam contato. Em 2022, a filha disse que recebeu uma chamada de vídeo de Taciane informando que tinham perdido os contatos da família. A filha, então, pediu fotos e perguntou se o pai estava bem, mas Taciane disse estar no trabalho e nunca mais respondeu. A jovem disse ainda à polícia que recebeu um e-mail informando que o pai vinha sendo vítima de maus-tratos por parte de Taciane. A filha diz ter ido até a cidade da Paraíba onde o pai e Taciane viviam, mas não os localizou. Em contato com pessoas da cidade, a filha disse ter descoberto que o primeiro marido de Taciane morreu e que conhecidos suspeitavam que o crime teria sido planejado pela esposa para ficar com a herança dele. Sobre o desaparecimento de José Sérgio, Taciane afirmou à polícia que Edivan - o homem morto em Toledo, no Paraná - seria o responsável pelo crime e por levar o corpo para outra cidade. A suspeita da polícia é que ela e Edivan tenham ido morar em Toledo para evitar suspeitas do crime. A morte do primeiro marido e o desaparecimento de José também passaram a ser investigados pela Polícia Civil da Paraíba.