Os alunos envolvidos no ataque racista contra um adolescente de 17 anos em um colégio particular de Curitiba foram afastados. O caso foi revelado no final de abril e mostra, por exemplo, que o símbolo nazista chegou a ser desenhado no caderno dele por colegas. Em nota, o Colégio Positivo informou que está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil, fornecendo todos os documentos e informações solicitadas. “Os estudantes envolvidos foram afastados das atividades acadêmicas, até o fechamento da apuração interna, conforme regimento escolar, em respeito à transparência e responsabilidade da instituição. Reforçamos que repudiamos e não toleramos no ambiente escolar qualquer ato de desrespeito, preconceito e discriminação e reiteramos nosso compromisso com a verdade, justiça e segurança da comunidade acadêmica”, diz o comunicado enviado à imprensa no sábado (04). Gota d’água Segundo a família da vítima, o estudante entrou na instituição no início do ano e já vinha sendo alvo dos colegas. As mensagens daquele dia, porém, foram a gota d’água para que algo fosse feito. Em uma das mensagens, os colegas citam a escravidão, fazendo uma analogia com a própria condição econômica: “Lugar de preto é na senzala e não perto do senhor do engenho”. Em outra, eles ameaçam: “Amanhã leva porrada na cara”. Por fim, a suástica nazista ainda foi desenhada no caderno do estudante. Defesa O advogado que representa a família, Igor José Ogar, afirmou que seis estudantes estariam envolvidos no caso. “É um caso muito grave, que causou enorme abalo a esse adolescente e também a seus familiares e amigos. Entre as circunstâncias que lhe foram prejudiciais, existem muitas que afetaram sua dignidade e honra de modo reiterado e contumaz”, afirmou.