23/02/2018 às 12h56min - Atualizada em 23/02/2018 às 12h56min

Rafaela Silva é alvo de racismo em abordagem policial no Rio de Janeiro

gazeta esportiva

Medalha de ouro no judô nas Olimpíadas de 2016, Rafaela Silva usou as redes sociais para relatar um episódio lamentável nesta quinta-feira. A atleta voltava para casa em um táxi após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, quando foi abordada por uma viatura da Polícia Militar no meio da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Segundo ela, o ato dos policiais foi extremamente ofensivo e fez com que se sentisse discriminada.

“Fiquei indignada, todo mundo na rua olhando para minha cara como se eu tivesse feito algo errado. Esse preconceito vai até onde?”, escreveu, em uma das postagens. “A gente no Rio de Janeiro tem que passar essa vergonha. Preto não pode andar de táxi, porque deve estar assaltando ou roubando?”, completou.

Armados, os policiais teriam mandado encostar o táxi em que Rafaela estava e, na sequência, exigido que a judoca descesse do automóvel para ser revistada. Antes de reconhecerem a atleta, perguntaram onde ela morava. Mais um motivo para o constrangimento da carioca, nascida na Cidade de Deus, uma das regiões da cidade caracterizadas pela pobreza e pela violência.

Confira o relato da campeã olímpica na íntegra, com todas postagens a respeito do ocorrido:

Rafaela Silva

Chegando hoje no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da av Brasil um carro da polícia passar ao lado do táxi onde estou e os policiais não estava com uma cara muita simpática, até então ok

Rafaela Silva

Continuei mexendo no meu celular e sentada no Táxi, daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro

Rafaela Silva

Quando o taxista encostou eles chamaram ele pra um canto, quando olhei na janela outro policial armado mandando eu sair de dentro do carro, levantei e sai, quando cheguei na calçada ele outro pra minha cara e falou... trabalha aonde?

Rafaela Silva

Eu respondi... não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou... vc é aquela atleta da olimpíada né? Eu disse... sim, e ele perguntou... mora aonde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa

Rafaela Silva

Na mesma hora o policial baixou a cabeça entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente o taxista falou que o polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar

Rafaela Silva

E o taxista respondeu... essa é aquela de judo, peguei no aeroporto e o polícia falou... ah tá! Achei que tinha pego na favela.

Rafaela Silva

Isso tudo no meio da av Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa

Rafaela Silva

Esse preconceito vai até aonde?


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