08/02/2024 às 10h25min - Atualizada em 08/02/2024 às 10h25min

​Diretor de Cultura de Siqueira Campos, Flávio Mello, fala sobre os projetos desenvolvidos na Cultura em Siqueira Campos

Isa Machado/ JCN
Nesta semana o JCN entrevistou o professor de Literatura e Diretor de Cultura de Siqueira Campos, Flávio Mello, que falou um pouco sobre seus trabalhos desenvolvidos à frente da Cultura no município. Confira abaixo a entrevista.
JCN - Quantos projetos foram desenvolvidos desde que você assumiu o departamento?
Flávio Mello - Quando fui convidado pelo Germano e pelo Paulão, apresentei uma proposta de 78 projetos para o munícipio. No primeiro ano, em pandemia, executei por volta de 48 desses projetos, mas, infelizmente, a criação real do Departamento em si... tomou muito do meu tempo, pois tive que conseguir todos os itens para começar a trabalhar, não só computadores, impressoras e arquivos, mas a própria sede, mesmo. Ao longo desses três anos de trabalho, parei de contar, mas foram centenas de projetos executados – não estou contando apenas os eventos claro.
JCN - Quantos você conseguiu realizar?
Flávio Mello - Na realidade o prefeito e o vice me incentivam bastante... tudo que tenho vontade de fazer eu consigo.
JCN - Quais os projetos que estão em execução?
Flávio Mello - Concursos artísticos: presépio, poesia e escrita; exposição de artes plásticas; exposição dos combatentes siqueirenses; aulas de canto / coral, teatro (todas as idades), música / Banda Municipal; Orquestra de Viola; aulas de dança gaúcha e aulas de teclado. O Jornal Cultural A Gralha – mais de 400 artistas publicados em 10 edições. 
JCN - Qual projeto você mais considera importante?
Flávio Mello - Obviamente que a Casa da Cultura – minha marca, nossa marca, não podemos esquecer que é uma promessa de campanha de nosso prefeito e vice, e teve o empenho de toda a gestão para que esse sonho se tornasse realidade, digo minha, pois serei conhecido como o primeiro Diretor de Cultura da Casa da Cultura Neuri Camargo da Silva.
Além disso, por ter sido em setembro, mês de festejos pelo aniversário de nossa amada Siqueira Campos, tivemos show nacional, inauguração da casa no dia 23 de setembro e a Semana de Arte Siqueirense, seis dias de muita Arte, mais de 70 artistas se apresentaram.
JCN - Quando você assumiu o departamento qual era a situação estrutural?
Flávio Mello - Desesperador... eu não sabia o que pensar, ou fazer... abandono total, infelizmente de décadas, não estou me referindo apenas a Biblioteca Municipal e ao Museu... falo no geral, principalmente o desconforto, abandono e descaso que os artistas sentiam, demorei pelos menos seis meses para ter a confiança deles, pois achavam, segundo eles mesmo, que eu seria apenas “mais um”.
JCN - Como você conseguiu organizar?
Flávio Mello - Primeiro, após conseguir mobiliário, eletrônicos (o que não foi difícil), procurei um local, que fosse apresentável, uma vez que fechei o museu para reforma e com a pandemia, ficou complicado. Então comecei a utilizar uma sala, que era de informática, na biblioteca, que para minha surpresa era dentro do pátio de obras, mas resolvi em poucos meses – tirei ela de lá, foi desgastante... mas é inadmissível que algo tão sublime tenha ficada uma década entre tratores e maquinário pesado, não consigo imaginar as pessoas a utilizando. Ela ainda não está num local adequado, mas tenho o sonho de trazê-la para a Casa da Cultura.
JCN - Em que situação estava o Museu Municipal quando você assumiu?
Flávio Mello - Quero deixar claro, que tenho tudo documentado, com fotos e vídeos – eu protocolei um relatório na prefeitura relatando a situação. Além do mobiliário contaminado por traças e c cupins, piso e teto totalmente deteriorado – o forro de madeira estava praticamente no chão, por isso “interditei”. Tirei do ambiente todas as obras de arte... muitas estavam tão contaminadas que não pude aproveitar nenhuma moldura, levei muito tempo até conseguir uma verba e trocar de todas – vidros, molduras e etc, hoje elas fazem parte da Exposição Permanente da Casa da Cultura. E havia no museu uma dezena de obras que haviam sido emprestadas e que nunca haviam sido devolvidas, o artista me procurou e assim que explicou a situação, mandei limpar, embalei e devolvi. Montei um expositor com obras danificadas e tal... está a mostra na Casa da Cultura, onde também vocês podem encontrar algumas fotos de como era antes e do depois.
JCN - Como estava a Casa da Cultura?
Flávio Mello - A Casa da Cultura estava prestes a desabar, literalmente, Germano, Paulo e eu fomos visitar, logo na primeira semana, era terrível – o local serviu de trafico de drogas e prostituição por décadas, foi triste ver o que vi... lembro do Germano e do Paulo dizendo – isso não ficará assim. E não ficou, me deram carta branca e, na parte artística, ela é o que é hoje.
JCN - A verba que vem para a Cultura é suficiente para atender às demandas?
Flávio Mello - Quando entrei era 120 mil reais / ano – hoje alcançamos a marca de 900 mil... como há muito o que se fazer, ainda é muito pouco.
JCN - Como é ser um diretor de cultura que trabalha com a "papelada" e ao mesmo tempo varre, tira pó e faz serviços gerais na Casa da Cultura?
Flávio Mello - Eu sou um funcionário do povo, não um engravatado atrás da mesa e que dá ordens, eu devo satisfações ao povo de nossa cidade, ao meu prefeito e ao meu vice... eles confiam em mim – assim como minha família, esposa e filhas... a Cultura é algo sagrado pra mim, depois de 30 anos de carreira, posso afirmar que hoje vivo de Arte, entende? Não tenho problema em lavar banheiros, pegar cadeiras, varrer o chão no eventos e etc, sinto até prazer em fazer isso e ver que as pessoas valorizam isso em mim, diga-se de passagem – eu sempre fui assim.
JCN - Há quantas pessoas na sua equipe?
Flávio Mello - Trabalhamos em seis pessoas.
JCN - Soubemos que você participou de cursos e eventos para trazer maior qualidade de Cultura para Siqueira Campos. Quais foram?
Flávio Mello - Eu sou convidado pelo Governo do Estado para encontros e eventos voltados a pasta, aprendo muito – nessas idas e vindas de Foz do Iguaçu, Londrina e Curitiba já conseguimos mais de meio milhão em recursos. Sou convidado por outros municípios para falar sobre Cultura, também... é uma troca importante.

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