08/01/2018 às 14h25min - Atualizada em 08/01/2018 às 14h25min

O que são a dor boa e a dor ruim - e como identificá-las na hora do exercício

vivabem.uol.com.br
“No pain, no gain” (algo como ‘sem dor, sem ganho’) é uma das frases que os preparadores físicos e personal trainers mais gostam de repetir sobre as dores que surgem depois de um treino de alta intensidade. Essa é uma dor considerada boa, devido aos benefícios que gera para o corpo. Mas, se não houver cuidado, pode facilmente se transformar em uma dor ruim.
 
O problema está em saber identificar qual é qual. “Em algumas situações, é difícil diferenciar uma da outra”, reconhece Juan Francisco Marco, professor do Centro de Ciência do Esporte, Treinamento e Fitness Alto Rendimento, na Espanha.
 
“A dor boa é aquela que associamos ao exercício físico, que não limita (o movimento) e permite continuar (a se exercitar) até o momento em que o músculo fica realmente esgotado e não trabalha mais”, explica.
 
Para Francisco Sánchez Diego, diretor do centro de treinamento Corpore 10, “a dor boa se sente no grupo muscular que você trabalhou, tanto durante o treinamento como nos dias seguintes”. “Está claro que quem está começando está mais exposto a ter essa sensação dolorida, mas isso não quer dizer que seja algo ruim”.
 
Segundo ele, o que ocorre são “microrupturas nas fibras que não conseguem aguentar o esforço a que o corpo está sendo submetido, obrigando-a a substituí-las por fibras melhores”. Desta maneira, o músculo vai se desenvolvendo constantemente, adquirindo mais resistência e força.
 
Descanso
Há um ponto de transição depois da chamada dor boa, que geralmente passa despercebido, e que pode levar a uma dor ruim. “É quando se submete o corpo ao exercício em excesso e não se permite que ele tenha o tempo de recuperação de que precisa”, ressalta Sánchez Diego.
 
Músculos, tendões, ligamentos, cartilagens e ossos formam a estrutura do corpo que reage ao estresse do exercício físico. Se este estresse aumenta muito rapidamente, o organismo pode não responder de maneira efetiva e é necessário um tempo de repouso para se recuperar.
 
Quando não se respeita este tempo de recuperação, se produz um excesso de fadiga e estresse, o que pode resultar em uma dor má.
 
“Uma diferença é que a dor boa vai surgindo gradativamente durante o exercício. Em comparação, a dor má começa praticamente no começo do exercício, quando o músculo está frio. À medida que o treinamento vai avançando, a dor má vai diminuindo porque o músculo vai aquecendo e a articulação vai se lubrificando. Mas é uma dor que persiste e com o tempo te obriga a parar”, descreve o professor Franscisco Marco.
 
“As pontadas comuns devem durar pouco tempo e acontecer durante o movimento dos músculos exercitados. As ruins são sentidas inclusive quando se está parado, sem necessidade de ativar a musculatura”.
 
Perigo
Os dois treinadores ressaltam a importância de conhecer o tipo de dor e como como o corpo reage à carga de exercício a que está sendo submetido.
 
Uma dor, no fim das contas, não deve durar muito tempo ou impedir de realizar o treino físico desejado. Muito menos deveria afetar a vida diária de uma pessoa ao caminhar ou dormir.
 
Desta maneira, se poderá evitar uma lesão mais severa que obrigue o corpo a parar - ou, no pior dos casos, requeira a intervenção de um médico ou especialista.
 
“É como um ciclo. Primeiro, se sente uma dor boa. Mas, ao não dar o descanso necessário ao músculo, pode se transformar em uma dor ruim, que está destruindo toda a musculatura”, alerta o diretor do centro Corpore 10.

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