5º Encontro Ex-Pressão organizado pelo Ateliê Área 52 é realizado em Siqueira Campos e abre espaço para vários artistas

O encontro foi organizado meu grupo Ateliê Área 52 e tem como objetivo incentivar artistas de todos os segmentos e trazer mais representatividade cultural

Com o surgimento da cidade-estado na Grécia Antiga há mais de 500 anos a.C, consequentemente veio o Logos, que culminou na democracia, tendo como principal representante Sócrates, vemos que a democracia foi mudando tal como era, que dava oportunidade ao povo de forma discursiva.
Os séculos se passaram e houve repressão, perseguição, principalmente por parte da Igreja Católica em todo o mundo, mas hoje vou falar especificamente da história recente do Brasil.
No dia 1 de abril de 1964 a democracia no Brasil levou um tombo após um golpe militar que estabeleceu a ditadura militar, tal regime foi tão forte que instaurou a censura em todo o país, em que o povo tinha que sentar e calar a boca.
Temos um leque de personalidades que lutaram firmemente contra a ditadura, entre eles artistas, intelectuais e partidos políticos, mesmo que na clandestinidade.
Na idade média quem ousasse se posicionar contra a igreja ou as autoridades estabelecidas, sofriam perseguições ou eram mortas, pois bem, na ditadura não foi muito diferente.
A ditadura no Brasil durou até 1985, na teoria, porque as ameaças a democracia continuaram, inclusive com o atual presidente Jair Bolsonaro que constantemente se posiciona contra a imprensa e movimentos culturais.
No último sábado dia 30 de julho, ocorreu em Siqueira Campos o 5º Encontro Ex-Pressão, o nome é ambíguo diferenciando apenas pelo hífen. Preza pela liberdade de expressão e vai contra todo tipo de opressão.
O Encontro é uma realização do grupo Ateliê Área 52 e é formado por vários integrantes e desenvolvido em coletividade e positividade, conta com o apoio do Diretor de Cultura de Siqueira Campos, Flávio Mello, que vem fortalecendo o desenvolvimento artístico em Siqueira Campos e na região.
A sociedade alternativa Ateliê Área 52 acolheu o novos simpatizantes e integrantes do movimento e em seus discursos durante o evento os participantes falaram sobre a liberdade de expressão, políticas públicas necessárias para o desenvolvimento da Cultura, entre outros assuntos de apoio aos artistas.
O encontro tem como objetivo incentivar artistas de todos os segmentos e trazer mais representatividade cultural. Poetas, artesãos, malabaristas, skatistas, desenhista, músicos, fotógrafos, grafiteiros e vários artistas tiveram a oportunidade de se apresentar. Foram promovidos debates sobre a atual situação artística na sociedade, de modo a fortalecer e expandir o movimento.
A Cultura vem sofrendo cortes de verbas, em abril deste ano Bolsonaro vetou na íntegra o projeto de lei que prevê o repasse de quase R$4 bilhões para recuperar o setor cultural impactado durante a pandemia. O Projeto chamado Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao artista que morreu em 2021 vítima de Covid.
Os cortes não param por aí, temos conhecimento que a Educação é a base de toda sociedade e é ligada diretamente à Cultura, em junho deste ano Bolsonaro determinou um corte e R$3,23 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC), medida que atinge inclusive institutos e universidades federais.
Recentemente tive a infelicidade de entrevistar um candidato militar bolsonarista, e quando questionei os cortes na Educação e Cultura ele simplesmente respondeu de forma ignorante como se fosse a coisa mais comum do mundo, “Esses cortes são necessários porque as universidades estão uma bagunça, principalmente o curso de filosofia, e a Cultura não está contribuindo, nós precisamos de segurança pública”.
A resposta foi insatisfatória para mim, sem que ele tivesse um argumento plausível, apenas respondi que a filosofia merece ser aplicada para que os cidadãos possam refletir sobre as ideias e atos que principalmente nossos governantes andam cometendo. E que a Cultura é necessária, porque é um dos pilares que ajudam a tirar crianças e adolescentes da criminalidade, entre outros.
Governantes e militares querendo ou não, o desenvolvimento cultural está acontecendo e sendo resistência em tempos de ameaça à democracia, censura disfarçada e corte de verbas. E está acontecendo principalmente em Siqueira Campos, que está sendo destaque neste sentido em todo Norte Pioneiro.  
A Cultura Vive, como diz o professor e Diretor de Cultura, Flávio Mello.