29/03/2022 às 15h01min - Atualizada em 29/03/2022 às 15h01min

Especialista em educação compartilha experiências com profissionais da rede estadual

Claudia Costin, professora de Harvard e ex-diretora de Educação do Banco Mundial, conheceu programas e ações desenvolvidos na rede estadual do Paraná e também deu uma palestra para diretores, chefes de departamento e coordenadores de área da Pasta

- AEN

A professora Claudia Costin fez nesta segunda-feira (28) uma visita técnica à Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) e ao Colégio Estadual João Bettega, em Curitiba. A convite do secretário Renato Feder, ela conheceu os programas e ações desenvolvidos na rede estadual de ensino e também deu uma palestra para diretores, chefes de departamento e coordenadores de área da Pasta.

Professora na Faculdade de Educação de Harvard, nos EUA, e diretora-geral do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, Claudia compartilhou um pouco de sua experiência, reflexões sobre o momento atual da Educação no País e as tendências para o futuro com foco na reconstrução da aprendizagem e avaliações externas no contexto da aprendizagem.

Ela iniciou sua fala, também transmitida por videochamada para os Núcleos Regionais de Educação (NREs), abordando a “Educação de Qualidade” — o quarto indicador dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, que visa assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos.

Fácil de falar, dificílimo de garantir, porque isto nos desafia a ter processos de ensino-aprendizagem bem diferentes do que a gente tem hoje”, resume a professora, que começou a vida profissional como docente da educação básica e depois seguiu a carreira com políticas educacionais, chegando a ser diretora de Educação do Banco Mundial.

Como um dos aliados nesse processo, a professora enfatizou porque é tão importante olhar para os resultados de aprendizagem, abordando o que chamou de “negacionismo científico na Educação”, uma vez que as avaliações sofrem críticas por parte de educadores que configuram a prática como “reduzir alunos a números”. 

“Se a gente não mede, a gente não sabe se está entregando a promessa que fez “ disse. “Temos que avaliar para saber se está sendo feito o que a gente diz que está conseguindo fazer. Já há muita pesquisa em Educação que mostra, assim como em Saúde, o que funciona e o que não funciona”, comenta a professora, que gostou das ferramentas de gestão utilizadas na Seed-PR. Entre elas está a Prova Paraná, também estendida às redes municipais, como um instrumento de diagnóstico do aprendizado.

É preciso ter dados, identificar lacunas, também os avanços, e usar as plataformas adaptativas, o que vocês, do ponto de vista de infraestrutura, estão caminhando para resolver”, comentou, ao citar os investimentos em ampliação de conectividade e equipamentos na rede estadual.

HABILIDADES – A garantia de que os estudantes completem a sua formação básica, com o aumento de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes — inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo —, como preconizam os compromissos dos ODS, também foi enfatizada na palestra. 

“A gente sempre escuta que a escola ensina para a vida, o que não deixa de ser uma verdade, mas ela também precisa ensinar para o mundo do trabalho”, disse Claudia, ressaltando a importância da habilidade na resolução de problemas, criatividade e boa produção escrita desde o início do ensino fundamental.

Dentro das competências para o futuro com o avanço das tecnologias, surge como fator fundamental o protagonismo do aluno, que precisa ser fomentado. “Eu preciso ensinar o aluno a ser sujeito ou empreendedor da sua própria vida. Formar pensadores. Não é aquele que decora a visão de mundo do professor como a gente fazia, decorava e devolvia o que ele desejava”, disse. 

“O nosso desafio em Educação é ensinar o cara a pensar sozinho. Precisamos de seres humanos capazes de pensar por si próprio, consultar as suas fontes de pesquisa e tomar decisão autônoma, isso é exercício pleno da cidadania”, enfatizou Costin.


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