08/11/2017 às 14h47min - Atualizada em 08/11/2017 às 14h47min

A menstruação atrasou? Calma, nem sempre isso significa gravidez!

Alterações no sono, stress, Síndrome dos Ovários Policísticos e os níveis baixos de progesterona são alguns dos principais motivos dos atrasos menstruais

revistaglamour.globo.com - Geiza Martins
O dia de menstruar chegou e você ficou no vácuo? Essa é uma situação comum para as mulheres – a maioria já passou por esse susto. Em alguns casos, um simples teste de farmácia pode dizer o que está acontecendo. Mas, e quando o caso não se trata de uma gravidez, o que será que acontece com o nosso organismo?
 
Antes de mais nada, vale dizer que pequenas alterações no ciclo menstrual são comuns. Se você mexeu na sua rotina, anda sobrecarregada no trabalho, virou a madrugada assistindo séries, passou por situações estressantes, overtraining ou mudou sua alimentação, por exemplo, sua menstruação pode atrasar alguns dias. Isso não é preocupante, mas se for recorrente, pode ser um sinal para que você observe seus hábitos e estilo de vida.
 
Segundo a ginecologista Vanessa Marques Franco, pode-se investigar o atraso menstrual quando a paciente (somente aquelas que não costumam ter longos retardos) passa um mês sem menstruar. A partir de três ciclos sem menstruação é considerado preocupante, ok?
 
As razões são diversas. “Pode ser uma doença psiquiátrica, uso de medicamentos que impedem ovulação, ou até mesmo um tumor ou câncer, tanto local [ovariano] quanto em outras áreas, como a hipófise”, comenta a ginecologista. Porém, antes de ficar assustada, saiba que há 3 causas mais comuns para o atraso da menstruação - e nós falamos tudo sobre elas abaixo. Ah, e já saiba que a conclusão para essa situação é: vá ao médico, faça exames e cuide da sua rotina de sono e alimentação!
 
1. PROGESTERONA BAIXA
Muitos casos estão ligados a um nível diminuído de progesterona, hormônio muito importante para a fertilidade. Alguns médicos, quando recebem uma paciente com menstruação atrasada e descartam a possibilidade de gravidez e ovários policísticos, aplicam o teste de progesterona que, de acordo com Vanessa, “consiste em receitar o hormônio à paciente”. Se ela voltar a menstruar, já foi encontrada a resposta para a ausência de menstruação.
 
Na faixa dos trinta e poucos anos de idade, é comum ter uma queda na produção de progesterona pelos ovários. Mas, se os níveis de progesterona caírem muito,  é bom ficar atenta aos seguintes sintomas:

- Cansaço, fadiga, perda de memória

- Stress, ansiedade, insônia, alterações bruscas de humor, depressão

- Infertilidade (tentativas frustradas de engravidar)

- Dores de cabeça e enxaquecas

- Alergias alimentares repentinas

- Dores musculares ou nas articulações
 
Mulheres que praticam atividade aeróbica intensa assiduamente também podem ter diminuição do hormônio. Segundo Vanessa, esportistas que fazem atividades muito intensas podem ter um estímulo cerebral, na região do hipotálamo, que bloqueia a menstruação. “O motivo pode ser a atividade aeróbica intensa ou, então, o emagrecimento causado pela prática”, diz.
 
2. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (SOP)
“Se a paciente tem um aumento de peso e está com acne, você já pensa num ovário policístico.”, aponta Vanessa. Esse é um dos problemas ovarianos mais comuns em mulheres, principalmente as mais jovens.
 
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma alteração hormonal na qual ocorre um aumento da testosterona e, na maioria das vezes, uma resistência à insulina. Os sintomas são ganho de peso, acne, queda de cabelo, aumento na quantidade de pelos especialmente em lugares como face e barriga. Infertilidade também é uma característica da SOP. Se você suspeita ter ovários policísticos, vá ao endocrinologista ou ao ginecologista, e faça um acompanhamento com um nutricionista.
 
Segundo a Diretriz Brasileira sobre a SOP, o principal tratamento para a síndrome é a mudança no estilo de vida. Cortar açúcares e diminuir carboidratos, aumentar a quantidade de fibras ingeridas e praticar exercícios físicos (especialmente os aeróbicos, como corrida e andar de bicicleta) é o que faz 80% das pacientes voltarem a ovular.
 
3. MENOPAUSA PRECOCE (SIM, ELA EXISTE)
Você ainda não tem 40 anos, mas tem sentido ondas de calor, queda na libido, secura vaginal e irritabilidade... Pode ser menopausa precoce. Se existem casos de mulheres na sua família que entraram na menopausa cedo (ou se você é fumante, fez laqueadura ou quimioterapia), existe uma possibilidade.
 
Geralmente, descobre-se a menopausa precoce por exame de sangue, que aponta se o FSH, hormônio folículo-estimulante, está muito alto - o que aponta menopausa.  Nesse caso, é muito importante cuidar da alimentação e praticar atividade física, a fim de passar por tudo isso de uma forma mais tranquila. Em alguns casos, reposição hormonal também pode ser indicada.

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