07/11/2017 às 14h33min - Atualizada em 07/11/2017 às 14h33min

Guarda-roupa cheio e não tem o que usar? Armário-cápsula pode ser a solução

estilo.uol.com.br - Marcela Duarte
Não importa se o guarda-roupa está cheio: é comum termos muito mais do que precisamos, mas estarmos sempre pensando na próxima compra. Ainda assim, vem aquela sensação de "não tenho o que vestir". E acabamos usando as mesmas peças. A saída pode ser montar um armário-cápsula -- fazendo uma seleção inteligente daquilo que já temos.
 
O processo consiste em selecionar de 30 a 40 peças que realmente sejam usadas no dia a dia e combinem com seu estilo. “As pessoas acabam tendo mais versatilidade e se forçam a criar mais combinações com o que têm. E entendem que não precisam de tanto assim”, diz a consultora de moda Bruna Holderbaum, do Closet Detox.
 
A ideia não é sair com um uniforme todos os dias. Como são poucas peças, cada uma tem que render muitas combinações e realmente atender o estilo de vida da pessoa. Pra que ter um salto se usa uma vez por ano? Para Bruna, a grande vantagem de ter poucas peças é estar sempre bem-vestida. "Elas combinam entre si, rendem muitas combinações e atendem às minhas demandas do dia a dia."
 
Como fazer um armário-cápsula
1. Defina o seu estilo
Se você já tem clareza do seu estilo, tudo vai ser mais fácil. Se você não sabe muito bem, faça um álbum com imagens de referência -- pode até ser no Instagram ou no Pinterest. Selecione não só roupas que você acha bonitas, mas aquelas que gostaria de vestir e com que se sentiria bem usando. Depois avalie as imagens e pense nas roupas de que mais gosta e que acha que mais têm a ver com você. Com base nisso, tente entender o seu estilo: romântica, retrô, moderna, básica, arquitetônica, clássica… (pode ser uma mistura deles).
 
2. Responda a essas perguntas para selecionar as peças que ficam
Isso funciona para mim?

Eu me sinto bem vestindo essa peça?

Eu adoro essa peça?

Eu uso ou já usei essa peça?
 
3. Escolha entre 30 e 40 itens para usar nos próximos três meses
Tire todas as roupas do armário e coloque de volta apenas o que entrar na seleção.

Não há número fixo para cada tipo de peça, já que há quem não use calça e quem não curte vestido.

Na lista não entram lingeries, meias, roupas de festa ou ginástica, pijamas ou bijuterias, mas devem entrar sapatos.

As roupas que você guarda esperando o dia em que vai emagrecer devem ficar de fora.

Lembre-se que isso é o início de um processo de mudança. Se estiver muito difícil ficar dentro de 30 a 40 peças, não tem problema passar um pouco.

As peças devem combinar entre si e respeitar o seu estilo. Ou seja, se você é colorida, não escolha só roupas de cores neutras.
 
4. Dê um destino ao que sobrou
Se você tem roupas demais, pode ser o momento para tirar algumas peças para doação ou vender. Guarde também o que sobrou, como casacos.
 
5. Reavalie o armário três meses depois
Isso não significa que você vai trocar completamente todas as roupas do armário, mas se estiver acabando a primavera e começando o verão tire alguns casacos e coloque algumas blusinhas. Avalie como foram os três meses -- talvez você não tenha usado alguma peça e é a hora de entender o porquê. Lembre-se que o objetivo é amar tudo o que tem no guarda-roupa. Se você mora num lugar que não tem muita mudança no clima, talvez precise fazer isso só duas vezes por ano.
 
Dicas da consultora Bruna Holderbaum:
Pense sobre o seu estilo. Quais as peças base do seu armário? Peça base não precisa ser o jeans, a camiseta branca e as que a gente chama de básica. O que é básico para uma pessoa pode não ser para outra.
 
Na hora da compra, priorize fibras naturais. O impacto no meio ambiente é menor. Além disso, peças de qualidade duram bastante. Não adianta comprar as baratinhas, feitas de material sintético, que vão durar muito pouco.
 
Customize peças. Um jeans que veste bem pode ser tingido e ganhar nova cor. Se você gosta de uma blusa, mas cansou de um detalhe bordado que ela tem, pode tirá-lo.
 
Elas fizeram e aprovaram
 

Acervo pessoal

Acervo pessoal


Isa Bergoli
 
A estudante de moda Isa Bergoli, de Porto Alegre (RS), é prova que não é preciso se ater apenas a cores neutras. "Comecei a fazer várias seleções de roupas que eu não queria mais. O legal do meu armário é que ele é muito colorido e estampado. A gente tem a impressão que tem que ser marrom, cinza e preto e que só assim vão funcionar as partes de cima com as de baixo. Minhas peças são muito coloridas e muito estampadas e funcionam bem juntas.”
 
Isa fez o armário-cápsula há três meses e está muito satisfeita. "Foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Achei muito importante, porque mudou a minha forma de me vestir completamente. Quando você tem pouca coisa e quer vestir algo diferente, exerce a criatividade e pensa num vestido como saia ou como blusa."
 

Reprodução/Instagram

Reprodução/Instagram


Marina De Luca
 
Marina De Luca, coordenadora de comunicação do Fashion Revolution Brasil, também é adepta do armário-cápsula, mas chama a atenção para dois pontos. O primeiro é que escolher com mais critério não significa comprar de forma mais ética e sustentável. E segundo que não adianta descartar as roupas antigas para comprar novas. Neste ano, durante a Fashion Revolution Week, em abril, ela aceitou o desafio de usar a mesma roupa durante uma semana (nas fotos).

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