02/12/2020 às 12h48min - Atualizada em 02/12/2020 às 12h48min
Com número recorde de casos de coronavírus em novembro, sistema de saúde pode entrar em colapso no Paraná
Isaele Machado com AEN
Ilustrativa Os seis primeiros casos de Covid-19 no Paraná foram confirmados no dia 12 de março, a partir de então o vírus se espalhou rapidamente no estado, de imediato foi publicado o Decreto 4230 que, entre outras medidas, suspendeu as aulas nas instituições estaduais e o funcionamento de certos estabelecimentos comerciais tais como cinemas, shoppings e academias. No dia 27 de março são confirmadas as primeiras duas mortes.
De junho a novembro algumas normas foram flexibilizadas, para que os comerciantes, autônomos e demais trabalhadores pudessem continuar suas atividades e manterem os empregos, diminuindo o impacto econômico. Apesar disso, muitos brasileiros ficaram desempregados.
Após este período, ontem (01) o Governo do Paraná voltou anunciar medidas restritivas, já que o número de casos voltou a subir, segundo o Secretário da Saúde do Estado, Beto Preto, as medidas não afetarão o comércio, a intenção do Decreto que estabelece o “toque de recolher” (das 23h00 às 05h00) é conter a circulação de jovens durante a madrugada.
“São medidas mais periféricas e não diretamente no funcionamento do comércio. Nosso foco hoje é o jovem, é a aglomeração e principalmente atividades que cercam esse tipo, como noitadas, as madrugadas, que muitas vezes são regadas à álcool, que leva a um acidente de trânsito, uma briga, um ferimento por arma, por faca. Todos esses tipos de situação criam necessidade para atendimento urgente de paciente. Isso acontecendo, equipes inteiras acabam focadas para essas situações, mas nosso foco é atender pacientes com coronavírus”, disse Beto Preto em nota divulgada.
Além disso, Beto Preto adiantou que podem ser impostas novas medidas para conter a propagação do vírus, o Governo irá discutir com o comando da Polícia Militar para que trabalhe de maneira ostensiva no regramento do toque de recolher, existe a vontade de colocar a não utilização de bebidas alcoólicas em vias públicas, ou seja, as pessoas precisam estar em casa. Existem outras questões que estão sendo discutidas, como a diminuição de passageiros em ônibus, mudança nos festejos de fim de ano, principalmente, por parte das prefeituras, sem qualquer tipo de shows e eventos.
A região sul do país foi num primeiro momento menos afetada pelo coronavírus, mas agora é uma das partes do Brasil mais preocupantes. A situação piorou significativamente no último mês em todos os três estados da região. No Rio Grande do Sul e especialmente no Paraná, a crise nunca esteve tão séria quanto agora. A média móvel de novos casos (a média dos últimos 14 dias imediatamente anteriores) atingiu seu pico de toda a pandemia nos dois Estados em novembro, de acordo com dados do portal Covid 19 Brasil, elaborado por pesquisadores da Universidade de São Paulo. No mês de novembro o paraná bateu recorde em número de casos confirmados e chegou a 66.179.
O Paraná também teve um novo recorde no dia 29, com média de 3.612 novos casos, um salto de 279% em relação ao primeiro dia do mês. No dia 30, eram 3.317. O aumento de casos já faz com que 50 pessoas estejam na fila de espera por uma vaga de UTI na região metropolitana na capital do Paraná, segundo a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (informações BBC)