26/11/2020 às 13h26min - Atualizada em 26/11/2020 às 13h26min

Rio de Siqueira Campos, virou problema de saúde pública e precisa de providências urgentes

Outra situação objeto de denúncia por parte da população, é de que caminhões de auto fossa estariam despejando os dejetos nos rios e PV da Sanepar.

JCN
Rio Ribeirão da Fartura
A população siqueirense está revoltada com a situação do polêmico Rio Ribeirão da Fartura (próximo à Vila nova) que corta a cidade de Siqueira Campos.
O rio é conhecido popularmente por ser poluído, sendo que ligações clandestinas, lixo doméstico e até animais mortos já foram encontrados do local, o JCN acompanha desde 2013 o drama das famílias que moram às margens do rio.
Em meados de 2015 o JCN cobrou providências do Departamento de       Meio Ambiente e Vigilância Sanitária de Siqueira Campos, onde eles informaram que fariam o que fosse de competência da prefeitura municipal, porém segundo eles, a maior parte do problema deveria ser solucionado pela Sanepar. Na época, nós entramos em contado com o então gerente da Sanepar responsável pela região do Norte Pioneiro, Juarez Wollz, o qual informou que seriam enviados técnicos para Siqueira Campos que fariam um levantamento completo das ligações clandestinas nos arredores do Ribeirão da Fartura. Cinco anos se passaram e a população ficou sem nenhuma resposta, nada foi feito por nenhuma das partes citadas, o rio continua poluído exalando odor.
Nesta semana nossa reportagem entrou em contato com Pedro Pinho da Sanepar, o qual é responsável especificamente por situações como estas, Pedro explicou que nas residências aos arredores do Ribeirão da Fartura (Vila Nova) passa a rede coletora de esgoto, porém não há como obrigar o morador a interligar seu esgoto na rede. “Alguns moradores não quererem aderir a rede porque gera acréscimo na fatura, por isso alguns optam por destinar o esgoto clandestinamente. Legalmente a Vigilância Sanitária teria que fazer um trabalho de identificação e notificação para que o morador aderisse a rede. Outra situação é quando o terreno fica abaixo da rede coletora, daí temos o sistema de estação elevatória de esgoto, que é uma instalação feita em uma parte mais baixa da cidade daí com a gravidade o esgoto recalca até a estação de tratamento de esgoto”, explicou Pedro Pinho.
Ao que parece somente um trabalho conjunto entre Sanepar, Vigilância Sanitária e Departamento de Meio Ambiente resolveria o problema, cada um fazendo a sua parte. Faltando poucos dias para acabar o ano, o assunto que há anos se arrasta, ficará para ser discutido ano que vem, isso se os políticos eleitos estiverem dispostos a enfrentar esse desafio. Sendo um problema de saúde pública cabe ao Executivo e Legislativo tomarem frente do assunto e se posicionarem.
 
DENÚNCIA  
Outra situação objeto de denúncia por parte da população, é de que caminhões de auto fossa estariam despejando os dejetos nos rios e PV da Sanepar. Esses caminhões devem pagar uma determinada taxa à Sanepar para despejar os resíduos nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), para que seja tratado, porém alguns para isentar-se da taxa acabam agindo de forma criminosa e sem pudor nenhum em plena luz do dia.
Questionado sobre essa situação, Pedro Pinho explicou que isso é caso de polícia, denúncia da população junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), pois a Sanepar embora possa colaborar com a situação, infelizmente não tem estrutura, mão de obra para fiscalizar a situação.
Finalizando a entrevista, Pedro Pinho convidou nossa equipe de reportagem para uma visita para pela estação de tratamento da Sanepar em Siqueira Campos, a visita será agendada.
 
Fezes, lixo e até animais mortos já foram encontrados no rio
Neste período do ano se torna mais desagradável o local, já que com o calor o mau cheiro se propaga nas proximidades. Além do lixo e animais mortos que já foram encontrados no local, agora está “aparecendo” fezes boiando no rio, o que se torna um descaso, não somente pelo mau cheiro, mas também por ser problema de saúde pública.
O alto índice de poluição no Ribeirão da Fartura (principalmente fezes) pode desencadear sérios problemas de saúde para população siqueirense, principalmente aos que vivem às margens do rio.
O contato com o esgoto traz doenças que afetam pessoas de todas as idades, mas as crianças são as mais prejudicadas. Estas doenças são causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em água contaminada. 
Conheça algumas delas:
Febre tifoide - Doença infecciosa que causa febre contínua, mal-estar, manchas rosadas no tronco, tosse seca, prisão de ventre e comprometimento dos tecidos linfoides.
Febre paratifoide
É semelhante à Febre Tifóide, mas menos letal. É causada por infecção bacteriana, com apresentação de febre contínua, eventual aparecimento de manchas róseas no tronco e diarreia.
Shigeloses
Infecção bacteriana aguda no intestino grosso. Apresenta febre, náuseas e, às vezes, vômitos, cólicas e tenesmo (sensação dolorosa na bexiga ou na região anal). Em casos graves, as fezes apresentam sangue, muco e pus.
Cólera
Doença intestinal bacteriana aguda, com diarreia aquosa abundante, vômitos ocasionais, rápida desidratação, acidose, câimbras musculares e colapso respiratório, podendo levar o paciente a morte em um período de 4 à 48 horas, se não houver tratamento.
Hepatite A
Febre, mal-estar geral, falta de apetite, náuseas e dores abdominais seguidas de icterícia. A convalescença é prolongada e a gravidade aumenta com a idade, porém há recuperação total sem sequelas.
Amebíase
Infecção causada por um protozoário parasita que atinge os intestinos. As enfermidades variam desde uma disenteria aguda e fulminante, com febre e calafrios e diarreia sanguinolenta ou mucóide (disenteria amebiana), até um mal-estar abdominal leve e diarreia com sangue e muco alternando com períodos de estremecimento ou remissão.
Giardíase
Diarreia crônica com cheiro forte, fraqueza e cólicas abdominais, graças às toxinas que libera. Gera um quadro de deficiência vitamínica e mineral e, em crianças, pode causar a morte, se não houver tratamento.
 Leptospirose
Ocorre com mais frequência em épocas de chuva ou alagamento, pode apresentar uma simples gripe e até complicações hepáticas e renais graves.
Inúmeras outras doenças também são causadas pela falta de tratamento de esgoto, como: poliomelite, diarreia por vírus, ancilostomíase (amarelão), ascaridíase (lombriga), teníase, cisticercose, filariose (elefantíase), esquistossomose, etc. Por isso é importante cobrar das autoridades a construção e a manutenção de redes de esgoto e seu tratamento, e a população tem de fazer a disposição correta do efluente doméstico, pois o saneamento básico precário atinge diretamente a saúde da população, além de causar sérios impactos ao meio ambiente.
 

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