17/11/2020 às 14h56min - Atualizada em 17/11/2020 às 14h56min

Saúde investe R$ 3,2 milhões em unidades básicas em Londrina

São vinte UBS praticamente novas, após reformas estruturais e uma ampliação no distrito rural de Maravilha. Dezoito já foram entregues. A rede londrinense atende cerca de 10 mil pessoas todos os dias

- AEN

A Secretaria de Estado da Saúde investiu R$ 3.246.221,88 em reformas e ampliações de 20 unidades básicas em Londrina. Os recursos foram aplicados em duas modalidades: 19 transferências fundo a fundo para reformas estruturais, com contrapartidas da prefeitura, e uma ampliação de R$ 449,7 mil no distrito rural de Maravilha, distante 35,7 quilômetros do Centro.

As reformas envolvem reparos estruturais padrões nas paredes, renovação da parte elétrica, instalação de ar-condicionado, correção de telhado para acabar com infiltrações, pintura, adequação de acessibilidade, padronização (interruptores, lâmpadas, portas), iluminação em LED, substituição de mobiliário e novos computadores.

Foram 18 liberações de R$ 150 mil, que é o teto dessa linha, e uma de R$ 96,4 mil. Os recursos foram destinados às unidades Cabo Frio, CSU, Vila Casoni, Campos Verdes, Warta, Eldorado, Ideal, Jamile Dequech, Carnascialli, Ernani, Maria Cecília, Regina, João Paz, Santiago, Vila Brasil, Alvorara, Paiquerê, Piza/Roseira e Vivi Xavier.

A UBS Maravilha, na comunidade de pouco mais de mil habitantes, foi ampliada – ganhou mais 300 metros quadrados. Foram construídos novos consultórios e as salas de coordenação e de esterilização, além da ampliação do consultório de vacinação, da farmácia e da área de atendimento ao público. Nesse caso, os recursos foram liberados mediante um convênio, que é um compromisso de repasse financeiro.

“Londrina é a segunda cidade mais populosa do Paraná e que tem uma demanda diária muito grande de atendimento. Uma das prioridades do Governo é cuidado perto da casa das pessoas. Esses investimentos nas unidades básicas reforçam um sistema já robusto e diminuem o trânsito desnecessário e penoso da população”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, acrescenta que Londrina foi contemplada nos últimos anos com recursos que somam mais de R$ 30 milhões para obras que ainda estão em andamento, como o novo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), além do Hospital de Retaguarda Covid-19 dentro do Hospital Universitário.

“Londrina é uma cidade polo da região Norte, aquela que é referência em atendimento. Estamos investindo no atendimento primário e emergencial, perto das pessoas; no secundário, com o tratamento especializado e a oferta de cirurgias eletivas; e no mais penoso, que é a UTI”, acrescenta o secretário. “Essas novas unidades facultam acesso rápido e perto da casa das pessoas”.

A maioria das obras já foi entregue. Apenas duas estão em andamento: Vivi Xavier e Cabo Frio. Entre recursos próprios municipais, do Estado e do governo federal são 40 reformas na programação de Londrina, sendo que 27 já foram entregues e as outras 13 já têm projetos encaminhados. A 17ª Regional de Saúde (Londrina) foi a responsável pelo estudo territorial das necessidades das obras, além de cuidar da fiscalização e da documentação.

ESTRATÉGIA – Segundo a prefeitura, Londrina foi uma das primeiras cidades do País a ter uma unidade básica no conceito atual, voltado ao atendimento das causas diárias dos bairros. A UBS Paiquerê, inaugurada em 1973 e reformada entre 2019 e 2020, é uma das mais antigas do Brasil, junto a uma em Niterói, no Rio de Janeiro.

Londrina tem mais unidades de saúde do que Curitiba, proporcionalmente. São 54 no município de 575 mil habitantes e 110 para os 2 milhões de habitantes da Capital. Numa comparação simples, há uma para cada 10,6 mil moradores na cidade do Norte do Estado e uma para cada 18,1 mil pessoas em Curitiba.

A rede londrinense atende cerca de 10 mil pessoas todos os dias, entre consultas médicas, encaminhamentos para exames, acolhimento, retirada de medicamentos e atendimentos do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf). São 3 mil profissionais diretos no quadro de funcionários, envolvendo médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e setor administrativo.

Essas unidades atendem das 7 horas às 19 horas, sem intervalo para o almoço. Todas têm consultórios odontológicos, de uma a duas cadeiras, e as novas contratações nessa área serão direcionadas a ampliar o atendimento dentário infantil. Durante a pandemia algumas se transformaram em unidades sentinelas para problemas respiratórios.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Felipe Machado, a rede já é robusta, mas precisava ser melhorada. A estratégia de renovação das estruturas físicas começou a ser implementada em 2017 e logo em seguida foi apresentada ao Governo do Estado, que se prontificou a auxiliar com os recursos.

“Os R$ 150 mil para reformas auxiliaram nas questões imediatas, contra goteiras, furtos, espaços acanhados, e na modernização do mobiliário e do atendimento. No caso da UBS Maravilha, que é uma ampliação, foi necessário um projeto próprio totalmente novo. Foi uma conquista para um dos oito distritos rurais da cidade”, afirma Machado.

Segundo ele, o próximo passo é discutir os territórios e regionalizar ainda mais o atendimento. “Os bairros de Londrina cresceram muito nos últimos anos e as unidades ficaram sobrecarregadas ou deslocadas. Vamos redesenhar as áreas de abrangência para ver o que precisamos ampliar, onde precisamos pactuar novos investimentos”, acrescenta Machado.

Duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, um pronto atendimento 24 horas e um pronto atendimento infantil completam as estruturas primária e emergencial de saúde do município.

UBS IDEAL – Uma das reformas é na UBS do Jardim Ideal, que fica perto da BR-369, na saída para Ibiporã, na Zona Leste de Londrina. O investimento total é de R$ 240 mil e envolveu reforma elétrica, pintura, novos móveis, readequações no telhado e na acessibilidade, e substituição de vidros e do piso interno. É um lugar que atende muitos idosos e realiza cerca de 100 atendimentos por dia. A inauguração deve ocorrer nos próximos dias.

A UBS Ideal, construída em 2005, nunca tinha sido reformada. “A hora que começamos a descascar a parede para passar massa e a pintar, a unidade começou a ‘desabar’. Eram muitos anos sem cuidado nenhum. O grande desafio é a manutenção periódica, isso evita grandes dispêndios financeiros. Não podemos ter uma nova reforma completa apenas daqui a 20 anos”, destaca o secretário municipal.

A comerciante de frutas Silvana Mellies, 35, mora exatamente na frente e não vê a hora da saída dos tapumes. “A população do nosso bairro precisa bastante. Estávamos indo em outro bairro, precisava atravessar uma rodovia muito movimentada. O Jardim Ideal fica numa região com pessoas mais pobres, que usam muito esse atendimento”, conta. “Estou esperando abrir para atualizar a vacinação do meu filho. Agora é só atravessar a rua”.

UBS CAMPOS VERDES – A UBS Humberto Botura, no jardim Campos Verdes, já foi inaugurada e voltou a ser referência para cerca de 15 mil pessoas da Zona Norte de Londrina. A unidade estava de portas fechadas desde janeiro deste ano, por conta da reforma.

A revitalização contemplou manutenções preventivas, substituições nos banheiros feminino e masculino, e nas salas de espera e de atendimento. Houve, ainda, melhorias na acessibilidade, substituições no telhado, instalações elétricas e louças sanitárias, instalação de um portão elétrico, garagem e grades nas janelas para evitar assaltos.

Segundo a enfermeira Cinthia Marina do Nascimento Domingos, que trabalha na unidade, eram de 200 a 300 atendimentos por dia numa rotina sem pandemia, realidade que já começou a “voltar ao normal”. A UBS conta com ginecologista, pediatra, dentista, duas equipes de saúde da família, além fazer buscas ativas e visitas domiciliares.

“A unidade não tinha garagem, o portão não era elétrico, tivemos problemas com furto. Uma funcionária chegou a ser abordada com uma arma de fogo. Era uma necessidade de reforma na segurança com as grades nas janelas, trincos novos, porta de vidro mais reforçada na frente”, afirma Cinthia. “Tínhamos problema com infiltração, na calha, paredes mofadas, paredes pichadas. Agora temos salas climatizadas, do acolhimento aos consultórios. E a farmácia melhorou porque agora tem separação”.

Mara Regina Magnani, coordenadora da unidade, afirma que a reforma até assusta pela transformação. “Era uma unidade sucateada, com estrutura prejudicada. Mudou da água para o vinho, o que traz qualidade no atendimento, com ambiente limpo, arejado, ajuda os profissionais e os usuários, que é o que a saúde precisa. Mudou a assistência. A população fala que nem parece a unidade anterior”, afirma.

A UBS do Campos Verdes conta com uma equipe de 20 servidores, responsáveis por quase 16 mil moradores dos jardins Strass, Belém, Novo Horizonte, Campos Verdes, Gávea, Itapoá, Aliança, Heimtal, parte do Conjunto Maria Cecília e Parque Leblon. Atende, ainda, uma área de construção com novos condomínios de casas mais populares e casas de classe média.

“A gente se sente mais segura. Dá para ir embora e voltar com a certeza de que o trabalho será dedicado apenas para a população, com tudo no lugar”, arremata Mara.

PRONTUÁRIO ELETRÔNICO – Parte dessa reestruturação também envolve adaptação para o prontuário eletrônico, que evita acúmulo de papéis e facilita o acesso dos médicos ao histórico dos pacientes. A versão física ainda serve para pacientes domiciliares e históricos antigos. Foram R$ 2 milhões investidos na compra dos computadores. Futuramente até o pronto atendimento utilizará esse sistema, unificando toda a rede.

“A qualidade da assistência mudou muito. Não perdemos informações, porque com o prontuário físico havia risco de extravio, de não encontrar prontuário, além de agilidade no atendimento para não perder tempo buscando papel. Os profissionais até tiveram certa resistência, a informática ainda assusta, mas é uma revolução”, completa Mara Regina.

 

Box
Confira as unidades básicas de saúde que receberam investimentos estaduais

UBS Cabo Frio – R$ 150.000,00

UBS Campos Verdes – R$ 150.000,00

UBS Eldorado – R$ 96.497,53

UBS Ideal – R$ 150.000,00

UBS Jamile Dequech – R$ 150.000,00

UBS Maravilha (rural) – R$ 588.601,81

UBS Regina – R$ 150.000,00

UBS Santiago – R$ 150.000,00

UBS Vila Brasil – R$ 150.000,00

UBS Vivi Xavier – R$ 150.000,00

UBS CSU – R$ 150.000,00

UBS Vila Casoni – R$ 150.000,00

UBS Warta (rural) – R$ 150.000,00

UBS Ernani – R$ 150.000,00

UBS Paiquerê (rural) – R$ 150.000,00

UBS Maria Cecília – R$ 150.000,00

UBS João Paz – R$ 150.000,00

UBS Carnascialli – R$ 150.000,00

UBS Alvorada – R$ 150.000,00

UBS Piza/Roseira – R$ 150.000,00

 

Box 2
Investimentos da Saúde em Londrina alcançam consórcio, Samu e HU

A Secretaria de Estado da Saúde investe em outros três grandes equipamentos médicos de Londrina. São R$ 12 milhões para obras, sendo R$ 4.519.563,20 para o Samu e R$ 7.523.160,07 para o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar). Também foram R$ 17,4 milhões para pessoal e equipamentos para o Hospital de Retaguarda Covid-19 dentro do Hospital Universitário.

A nova sede regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está sendo erguida sobre um terreno com área total de 4,7 mil metros quadrados. A localização é estratégica, próxima a avenidas importantes do município e ao Terminal Rodoviário, o que facilita o deslocamento para qualquer parte da cidade.

O primeiro andar será composto de sala para equipe do Complexo Regulador de Urgência (Central de Leitos e Interserviços e Central de Urgência do Samu 192), sala de rádio e sanitários. No segundo piso haverá almoxarifado, salas de coordenação médica e de enfermagem, salas administrativas e de reuniões, copa e sanitários. E no terceiro andar ficarão as salas de treinamento, auditório, salas de apoio para funcionamento do prédio, Núcleo de Educação em Urgência, setor administrativo, copa e sanitários.

Atualmente o Samu conta com duas bases que funcionam em endereços distintos: uma delas para as atividades de regulação e outra para abrigar ambulâncias e veículos. A unidade móvel com helicóptero é abrigada no Aeroporto Governador José Richa.

O Samu tem uma área de abrangência de 21 municípios, que totalizam cerca de 1 milhão de habitantes. A obra está 6,55% executada.

O novo Cismepar aguarda apenas a inauguração. A estimativa é que o atendimento dobre na região. O imóvel conta com quatro andares, dois deles subsolos para estacionamento e dois pavimentos para o atendimento da população. A nova edificação concentrará a oferta de consultas com equipe multiprofissional e exames especializados, como tomografia, raio-x, exames cardiológicos, oftalmológicos e mamografia, por exemplo.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »