04/10/2017 às 16h05min - Atualizada em 04/10/2017 às 16h05min

Sem Vinicius Jr., Amadeu aposta em grupo polivalente e comprometido na Índia

Técnico da Seleção sub-17 vê equilíbrio no grupo com Espanha, Níger e Coreia do Norte e evita falar sobre ausência de Vinicius: "Assunto já foi tratado pela direção, que deixou bem clara a nossa posição"

Lucas Loos
Às vésperas do início do Mundial Sub-17, a bomba: o Flamengo não liberaria Vinícius Júnior para defender a seleção brasileira no torneio na Índia. Diante do vice-campeonato na Copa do Brasil, a diretoria rubro-negra considerou que o jogador, considerado importante pela comissão técnica, ficaria no Rio para a disputa do Campeonato Brasileiro, e a CBF não escondeu sua decepção com a atitude do clube carioca. Sem sua grande estrela e com um grupo desfalcado (nenhum outro jogador pôde ser convocado para o seu lugar), o técnico Carlos Amadeu evitou falar sobre a ausência de Vinicius e destacou que o grupo que buscará o título na Ásia está preparado e comprometido.
- Esse assunto já foi tratado pela direção, que deixou bem claro para imprensa e torcida a nossa posição. Eu não tenho mais nada a falar. Tenho que falar dos atletas que estão aqui e posso dizer que estão preparados e comprometidos. No processo de seleção e montagem do grupo, buscamos jogadores que façam mais de uma posição ou função – disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Amadeu assumiu a Seleção sub-17 em abril de 2015, no lugar de Caio Zanardi. Foi o técnico do último Mundial, há dois anos no Chile, e acabou eliminado nas quartas de final, sendo eliminado pela campeã Nigéria. Campeão da Copa do Brasil Sub-20 de 2012 pelo Vitória e com mais de 20 anos de experiência com formação de jogadores, ele responde se o mais importante num Mundial assim é trabalhar a formação do jogador ou levar a taça de volta para casa.
- O processo todo deve ser avaliado com muito cuidado. No Brasil, estamos muito focados em reproduzir o profissional. Então, estamos no Mundial, queremos vencê-lo, mas não vamos passar por cima de qualquer coisa a qualquer custo para vencer a competição. Por isso, trouxemos cinco jogadores com um ano a menos que a idade limite. Talvez seja a primeira vez que o Brasil venha com jogadores mais jovens que o ano limite. No Mundial passado, por exemplo, não tivemos nenhum. Dessa vez, tivemos mais confiança.
Com Amadeu (e Vinicius Júnior), a Seleção sub-17 conquistou o sul-americano da categoria neste ano com sobras. Pela frente no Grupo D, o Brasil terá pela frente a atual campeã europeia da categoria, Espanha, além de Níger e Coreia do Norte. Avançam as oitavas de final os dois primeiros e os quatro melhores entre os terceiros colocados das seis chaves. Na avaliação de Amadeu, a Seleção não terá vida fácil.
- Muito equilibrado. Os grupos ficaram difíceis, e com o Brasil não é diferente. São duas referências. A Espanha campeã europeia e o Brasil campeão sul-americano. Tem ainda uma equipe africana, que sempre entra muito forte. Tem muita força e velocidade que fazem a diferença nessa categoria. E a Coreia do Norte, uma equipe que aparece pouco e não sabemos como se comporta. Temos imagens, mas não são muito claras as informações a respeito. São adversários difíceis de serem batidos. Não consideramos uma equipe mais importante que outra. O mais importante agora é fazer uma boa estreia contra a Espanha.
Segundo maior campeão mundial sub-17 (com três títulos contra cinco da Nigéria), o Brasil estreia no torneio sábado às 08h30min (de Brasília) contra a Espanha, em Cochim. Em seguida, encara Coreia do Norte na terça e Niger na sexta.
- Difícil projetar que essa será a geração de 2022, pois eles têm basicamente a mesma idade. Há atletas de 2000, 2001... Há um lastro de pelo menos 10 anos ou um pouco mais e deve ter um jogador ou outro, mas não será a base.
Legado do Mundial para a seleção principal
É sempre muito importante que os jogadores possam vivenciar competições estaduais, nacionais e com as seleções. Isso dá experiência. Deixa mais confiante e preparado, conhecendo melhor o futebol no resto do mundo. Se todo jogador tiver experiência de jogar o Mundial sub-17 ou 20, estará mais preparado para o Mundial profissional. São cobranças diferentes, mas se trata de um Mundial, com toda a organização, padrão FIFA...
Importância do resultado em um torneio de base
Todo mundo em qualquer categoria entra para vencer a competição. Mas temos experiências nesse sentido de ir com foco de vencer, mas ter a prioridade na formação. Posso dar o exemplo de quando trabalhei na base do Vitória. Fazíamos viagens internacionais e dávamos uma importância exagerada em vencer. Encontramos equipes competitivas que jogavam com formações diferentes, e os jogadores trocavam de posição a cada partida. Ficou muito claro que eles estavam preocupados com a formação e nem por isso deixavam de buscar a vitória.

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