31/07/2020 às 13h11min - Atualizada em 31/07/2020 às 13h10min

Ajustes técnicos e até cirurgia: atletas falam sobre os impactos do adiamento das Olimpíadas

Pedro Nascimento - jornalcn.com.br
Gazeta Esportiva
Gabriela Sabau

A pandemia do coronavírus impactou as mais diversas modalidades esportivas e, portanto, o COI optou pelo adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que agora serão realizados em 2021. Com a alteração, os atletas tiveram que adaptar suas preparações, prejudicadas pelas limitações da quarentena.

Em entrevista coletiva organizada pela Ajinomoto, diversos competidores brasileiros falaram sobre suas rotinas durante a pandemia. O judoca Rafael Silva, bronze nos Jogos de Londres e do Rio de Janeiro, comentou sobre a empolgação de retornar aos treinos, ressaltando a importância de uma alimentação regrada.

"Acho que todos nós estamos bem felizes de podermos voltar a segurar nossos quimonos, praticarmos a modalidade que a gente ama. Já estamos pensando nas competições, que logo devem voltar. Aqui na Europa, tudo está em outro ritmo. A alimentação está sendo bastante controlada, para que essa volta não seja tão agressiva para o corpo", afirmou o atleta.

Em relação aos obstáculos que teve de enfrentar durante a pandemia, Rafael Silva prefere enxergar o período sob uma perspectiva mais positiva. O judoca acredita que os atletas tiveram mais tempo para ajustarem detalhes técnicos que normalmente não recebem a devida atenção.

"Acho que tem que transformar o adiamento em oportunidade de tratar algumas coisas que estavam nos incomodando. Foi um momento de me reencontrar tecnicamente, desenvolver o trabalho de área. Você consegue estudar situações que normalmente não consegue, porque normalmente fica muito difícil. Você viaja, volta, fica pensando na próxima, em pontos... Então, tem pouco tempo para parar e pensar. Agora, deu tempo de focar nesses detalhes", completou Rafael.

O também judoca Marcelo Contini, ouro no Grand Slam do Rio de Janeiro de 2012, não esconde que foi prejudicado por conta da paralisação das atividades esportivas. Afinal, sua modalidade necessita ser praticada em ambientes internos, o que evitou um retorno mais rápido aos treinos por conta da pandemia.

"Está sendo desafiador. Como judô é um esporte de contato e disputado em um lugar fechado, demora mais para voltar. Então, estou focando na parte física e estudando os adversários. Espero que isso passe logo, aos poucos estou voltando a trabalhar no tatame", disse Marcelo.

Por fim, o ginasta Arthur Nory, bronze na Olimpíada de 2012 e ouro no Pan do ano passado, contou que a paralisação veio em um bom momento para sua carreira, já que precisava realizar um procedimento cirúrgico no ombro.

"Aproveitei esse tempo para fazer um procedimento no ombro. Tive dois meses para conversar com toda a comissão, com o médico, então decidimos que agora era o melhor momento para deixar meu ombro zerado. No Mundial, eu competi com essa lesão. Agora que conseguimos resolver esse problema, é treinar dando 100% para competir bem nas Olimpíadas do ano que vem", encerrou Nory.


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