04/06/2020 às 14h42min - Atualizada em 04/06/2020 às 14h42min

Saúde alerta sobre riscos da obesidade infantil

No Paraná, em 2019, três em cada dez crianças entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso. E que 15% deste grupo estavam obesas. Entre as crianças menores de 5 anos, 13,1% apresentaram excesso de peso

- AEN
No Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, lembrada nesta quarta-feira (03), a Secretaria de Estado da Saúde alerta sobre os riscos do problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde, este é considerado um dos principais desafios para o século XXI.
Dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, aponta que atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo.
No Paraná, em 2019, dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), já indicavam que três em cada dez crianças entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso. E que 15% deste grupo estavam obesas. Entre as crianças menores de 5 anos, 13,1% apresentaram excesso de peso.
A obesidade é um problema de saúde grave que deve ser tratada com seriedade, principalmente na população infantil, afirma o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. Segundo ele, tratamento requer uma mudança no estilo de vida, nos hábitos alimentares e a inclusão de atividade física, além de comportamentos frente à comida de toda a família.
“As crianças com obesidade têm grandes chances de se tornar adultos obesos e desenvolver diversas doenças crônicas como hipertensão, diabetes, infarto, entre outras”, diz o secretário. “As causas da obesidade são influenciadas por um conjunto de fatores relacionados ao estilo de vida da população. Devemos priorizar para nossas crianças uma alimentação saudável sempre aliando com à pratica de atividades físicas”, alerta.
Cristina Klobukoski, nutricionista da Divisão de Promoção da Alimentação Saudável e Atividade Física da Secretaria, explica que as dietas restritivas prejudicam o crescimento e o desenvolvimento da criança.
Segundo ela, esse tipo de dieta, além de aumentar a fome, reduz o metabolismo e pode fazer com que a criança perca a noção de fome e saciedade, aumentando a obsessão por comer e o comer emocional, além de proporcionar sentimentos negativos em relação à comida, como culpa e ansiedade, e pode gerar transtornos alimentares.
ALIMENTAÇÃO - Dados de 2019 do Sisvan mostram que das crianças paranaenses menores de seis meses apenas 58% estavam em aleitamento materno exclusivo, e dos seis aos 23 meses a prevalência do aleitamento materno caiu para 49%.
Das crianças de seis a 23 meses, 55% consumiram alimentos ultraprocessados e 37% bebidas adoçadas no dia anterior à avaliação. Entre as crianças de 5 a 9 anos avaliadas, 53% haviam consumido macarrão instantâneo, salgadinho de pacote ou biscoito salgado, 76% consumiram bebidas adoçadas e 67% consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas no dia anterior. Ainda, 53% dessas crianças possuíam o hábito de fazer refeições em frente à televisão.
PREVENÇÃO - A prevenção inicia com um ganho de peso gestacional adequado e aleitamento materno até dois anos ou mais, sendo exclusivo nos seis primeiros meses. Após os seis meses, a alimentação da criança e de toda a família deve ser baseada em produtos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, feijão, arroz, leite, carnes, ovos, castanhas.
O açúcar não deve ser oferecido para crianças menores de dois anos e não deve fazer parte da rotina alimentar mesmo nos anos posteriores, além de não ser necessário. Pode causar danos à saúde da criança, com exposição excessiva de doce desde cedo e ainda causar dificuldade na aceitação de alimentos saudáveis, importantes para seu crescimento e desenvolvimento.
Os ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, suco de caixinha, salsicha, empanados e salgadinhos também devem ser evitados.
“O consumo de alimentos em frente às telas causa distração, fazendo com que a criança coma de forma automática e, muitas vezes, em excesso, prejudicando o controle de fome e saciedade e afirma Cristina.
AÇÕES – Como forma de prevenção e controle da obesidade infantil, a Secretaria da Saúde coordena em âmbito estadual programas como a Vigilância Alimentar e Nutricional, o Programa Saúde na Escola e o Programa Crescer Saudável.
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