O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, solicitou na manhã desta quarta-feira (27) ao Ministério Público Federal (MPF) a apuração sobre suposto vazamento da Operação Placebo realizada pela Polícia Federal, que teve como um dos alvos o governador do Rio, Wilson Witzel.
A operação, deflagrada na manhã de terça-feira (26), apura suspeitas de desvios de recursos e fraudes em processos de licitação para compra de equipamentos e insumos destinados ao combate à covid-19 no Rio de Janeiro.
De acordo com Benedito Gonçalves, se o vazamento for confirmado, "será necessário responsabilizar penalmente o autor da conduta ilícita, como forma de não prejudicar a integridade das instituições". O ministro é o responsável por autorizar a deflagração da Operação Placebo, teve 12 mandados de busca e apreensão, dez no Rio e dois em São Paulo e contou com equipes da Polícia Federal de Brasília, além de agentes do Rio.
O ministro determinou depoimentos de Wilson Witzel, mas como todo o processo referente à decisão está sob sigilo não foi confirmando quando o governador será ouvido pela Polícia Federal.
Durante pronunciamento após ter o Palácio Laranjeiras - residência oficial do governador - como um dos locais em que a PF cumpriu os mandados de busca e apreensão, Witzel afirmou que informações da operação foram vazadas. O governador vem acusando o presidente Jair Bolsonaro de perseguição política.
A polêmica do vazamento ganhou força após a deputada federal Carla Zambelli, durante entrevista à Rádio Gaúcha, antecipar que aconteceriam operações da PF contra governadores, que poderiam ser apelidadas como "Covidão". A deputada declarou em nota que as informações que falou durante a entrevista já eram de conhecimento público.
"As informações eram conhecidas e foram publicadas na mídia de que em vários estados estavam sendo realizadas investigações da Polícia Federal e das respectivas polícias civis sobre esquemas de corrupção com recursos públicos federais", disse Zambelli.