22/05/2020 às 14h12min - Atualizada em 22/05/2020 às 14h12min

Paraná e Estados Unidos discutem ampliação de parcerias

O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o embaixador Todd Chapman falaram em sobre a possibilidade de ampliar investimentos norte-americanos no Paraná após a pandemia, além de projetos de segurança, turismo e desenvolvimento educacional

- AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior e o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, discutiram nesta quinta-feira (21) a possibilidade de ampliar investimentos de empresas norte-americanas no Paraná após a pandemia, além de projetos bilaterais de segurança pública, turismo e desenvolvimento educacional. Foi o primeiro encontro virtual do diplomata com um governador brasileiro desde que ele assumiu o posto no País, em 29 de março.
Os principais pontos abordados envolveram novas pontes para políticas públicas e a necessidade de estruturar ambientes de negócio mais saudáveis para as empresas. O embaixador destacou que tem como meta ajudar a modernizar a matriz econômica do Brasil depois da crise e ampliar as relações comerciais entre os dois países e entre os estados brasileiros e os respectivos entes norte-americanos.                                    
O governador apresentou o programa de transformar o Paraná em um hub logístico da América do Sul. Ele citou os estudos da nova licitação do Anel de Integração com 4,1 mil quilômetros de rodovias mais modernas; os investimentos no corredor de exportação ferroviário e o aumento na movimentação de produtos pela Ferroeste, na faixa de 160 mil toneladas apenas em abril; e os recordes de exportações e de movimentação de contêineres no Porto de Paranaguá, com 5,5 milhões de toneladas, mesmo durante a pandemia.
“Nossa base econômica é o agronegócio. Temos dez das 15 maiores cooperativas da América Latina, empresas que geram muitos empregos nesse segmento. E um setor industrial muito forte, o segundo maior polo automotivo do Brasil, com empresas como Renault-Nissan, Volkswagen-Audi, Volvo, DAF e New Holland”, afirmou Ratinho Junior. “A ideia é aproveitar a eficiência dos nossos portos, essa repaginação do setor ferroviário e os investimentos em rodovias para alavancar o Paraná no cenário internacional”.
O governador também destacou que o Estado vinha apresentando bons indicadores econômicos e sociais em 2019 e nos primeiros meses de 2020, como a redução nas taxas de desemprego, crescimento industrial acima da média nacional, atração de investimentos privados na casa de R$ 20 bilhões e aumento do volume de turistas com os novos voos regionais, e que o objetivo do grupo de trabalho que estuda cenários para depois da pandemia é retomar esse ritmo.
“Fazemos a ligação entre a produção do Sul e o mercado consumidor do Sudeste, além da conectividade com o Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. Muitas empresas optam pelo Paraná para sua base administrativa ou centro de distribuição”, complementou Ratinho Junior. “O Estado tem economia diversificada e capacidade tecnológica para voltar a pisar no acelerador”.
O embaixador disse que o Paraná é modelo na conexão entre os investidores e a administração pública. “Estamos promovendo o Brasil nos Estados Unidos como um lugar seguro. Também estamos trabalhando com o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) para melhorar o ambiente econômico, porque o País tem a nona maior economia do mundo e é apenas 124º no ranking do Banco Mundial para negócios”, afirmou Chapman. “Melhorar esse indicador é fundamental”.
SEGURANÇA PÚBLICA – O governador também citou a instalação do Centro Integrado de Operações de Fronteira, em Foz do Iguaçu, como reforço importante para a consolidação da integração das forças de segurança no Estado. O projeto-piloto foi inspirado nos centros do governo norte-americano (Fusion) para atuação de forma integrada.
Ratinho Junior também citou a construção de um batalhão de fronteira em parceria com a Itaipu Binacional para ampliar essa ligação do Estado com as instituições federais e municipais, e os projetos Olho Vivo (centrais de monitoramento espalhadas pelo Paraná) e Muralha Digital (linha com câmeras de segurança para fazer reconhecimento de placas e dar apoio tecnológico para as ações). “O Estado tem interesse na construção de projetos para a segurança pública, o Paraná pode ser piloto para ações conjuntas”, disse.
O embaixador destacou que tem priorizado a sua atuação na construção de vínculos na área econômica, na educação (intercâmbios universitários e educação infantil) e na segurança, com oferta de treinamento e produção de informações, especialmente nas fronteiras. “Temos representantes do FBI e de diversas agências de inteligência no Brasil que podem ajudar com informações, treinamento, tecnologia. As fronteiras são áreas especiais por causa do tráfico. Nossos especialistas estão à disposição para falar com os especialistas do Paraná”, arrematou Champan.
CORONAVÍRUS – Ratinho Junior também explicou ao embaixador a resposta do Estado ao coronavírus, estratégia que permitiu a menor incidência por 100 mil habitantes no País, crescimento controlado de casos e manutenção das atividades econômicas essenciais, com saúde regionalizada, controle de divisas e uma política de testagem em massa na retaguarda.
O governo norte-americano doou nesta semana US$ 3 milhões para ajudar o Brasil no combate à pandemia. A verba será repassada pelo Departamento de Saúde norte-americano ao Ministério da Saúde e Fiocruz. Os recursos somam-se aos US$ 950 mil para apoio socioeconômico a populações vulneráveis.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o secretário de Segurança Pública, Rômulo Marinho; o delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Rochemback; e o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Adam Shub.
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