14/04/2020 às 14h01min - Atualizada em 14/04/2020 às 14h01min

Paraná descarta construir hospitais de campanha, mas estudo prevê falta de leitos

AEN
Divulgação
O Governo do Paraná  não avalia abrir hospitais de campanha neste momento. A informação foi repassada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) em resposta ao questionamento feito pela Banda B. A explicação, segundo informou a Sesa, é que o Estado possui uma estrutura robusta do ponto de vista da rede hospitalar.
Em nota, a Sesa informou que existem três hospitais cuja previsão de abertura seria em dezembro e o governo vai antecipar a abertura de parte da estrutura para o atendimento de pacientes exclusivos de coronavírus, nos municípios de Telêmaco Borba, Guarapuava e Ivaiporã.
“A decisão visa fortalecer as unidades próprias e acelerar o processo de funcionamento do serviço nestes locais, levando em consideração o operacional, a capacidade de atendimento e como um legado na estrutura própria e definitiva do atendimento em saúde”, diz a nota.
Além disso, informa,  como parte da estratégia, haverá ampliação da oferta de leitos de UTI e enfermaria nos hospitais universitários de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e Cascavel.
O governo também coloca que a suspensão das cirurgias eletivas é outra medida que vai ampliar a oferta de leitos.
“A previsão é de um aumento, caso seja necessário, de pelo menos mais 1.800 leitos de UTI e quase 3.500 de enfermaria, adicionais, portanto, quase o dobro da estrutura hoje existente”, diz a Sesa em nota.

Estudo mostra que haverá falta de leitos e respiradores

Apesar da garantia do governo, de que não haverá falta de leitos no estado, um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a partir de projeções matemáticas realizadas pela Imperial College London, mostra que o Paraná não possui leitos e respiradores suficientes para enfrentar um eventual crescimento expressivo dos casos de coronavírus. De acordo com o levantamento, que foi divulgado nesta segunda-feira (13), a maior preocupação se dá em áreas de grande concentração populacional, como as regiões de Curitiba, Londrina e Maringá.
Dividido por regionais, os dados partem de uma ideia de que 10% da população seria infectada pelo novo coronavírus no Paraná. Levando em conta apenas Curitiba e as 28 cidades da região metropolitana de Curitiba, por exemplo, seriam 365,5 mil pessoas com a doença. Destes pacientes, 18.274 seriam casos graves que necessitariam de tratamento intensivo com respiradores. Hoje, a região com apenas 981 leitos de UTI e 1.625 respiradores.
A análise britânica para o Brasil, que fundamentou o estudo da UFPR, aponta cinco cenários diferentes. No pior deles, sem nenhuma mitigação na circulação de pessoas, 88% da população brasileira seria contaminada. A pesquisa, porém, parte de um cenário intermediário, com ações efetivas de grande isolamento social. Logo, com 10% da população infectada.

Últimos números

De acordo com a  Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, no boletim desta segunda-feira (13), a capital registrou mais 34 novos casos de covid-19 em moradores da cidade desde a última atualização, no sábado, 11 de abril. Com essa atualização, Curitiba totaliza 343 casos confirmados para o novo coronavírus.
No Paraná, o número de casos do novo coronavírus aumentou para 768, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta segunda-feira (13). Foram 18 casos a mais do que o apontado pelo relatório do dia anterior.
As mortes pela Covid-19, segundo o boletim, aumentaram de 31 para 33 no estado.
De acordo com a Sesa, o número de pacientes internados com coronavírus é de 126: 75 deles em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e outros 51 são atendidos em leitos, no estado.

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