26/02/2020 às 16h08min - Atualizada em 26/02/2020 às 16h08min

Microapês: você moraria em algum deles?

De quantos metros quadrados precisamos para viver é a questão inspirada pela série Tiny House Nation da Netflix

- LUCIANA ANDRADE
Batizado de Caixa de Sapatos pelo estúdio libanês Eliemetni, este apê e bem resolvido em 15 m². Localizado em um edifício antigo de Beirute, foi pensado para receber hospedes temporários. A cor branca foi a escolhida para ampliar visualmente o espaço, utilizada inclusive no piso em epoxi, que reflete a luz dos janelões.
O escritório Casa 100 aproveitou ao máximo os 24 m² deste apartamento. A base do projeto são a cor branca e a textura de concreto, mostrando que bastam poucos elementos para trazer estilo. Uma ideia interessante foi utilizar portas de correr com telas quase transparentes. Elas delimitam a cozinha e o armário, sem fechar completamente o espaço para manter a leveza.
O designer polonês Szymon Hanczar precisava de um espaço apenas para dormir, mas queria que ele parecesse mais com uma casa. E ele conseguiu. Em 13 m², garantiu lugar para cozinha, quarto e banheiro com o auxílio de uma marcenaria inteligente e do aproveitamento do pé direito alto. Mais uma vez, as cores claras dão o tom e mostram que são a melhor opção para espaços compactos.
O escritório Concrete Architectural Associates desenvolveu este espaço em Amsterdam, com pouco menos de 25 m². Irresistível a cama abrigada no armário, garantindo a privacidade. Repare que prateleiras e nichos abertos deixam os objetos à vista, então é preciso ser organizado.
Sorte de quem tem um pé direito alto para criar um mezanino. Assim, é possível distribuir as funções em dois níveis e aproveitar melhor as paredes com espaço para armazenamento. É o que fez a arquiteta Ewa Cherny neste studio polonês. Uma boa sacada foi aproveitar o espaço sob a escada e a combinação de texturas naturais, com pedras, tijolos e madeira.
Este microapartamento em Paris já e bem conhecido nas redes sociais, surpreendendo ao garantir tantas funções em 8 m².
Criado pelo Kitoko Studio, este apê fica em um daqueles andares altos de prédios parisienses, conhecidos pelo tamanho extremamente compacto. Historicamente, foram concebidos para ser habitações de empregados, com um banheiro compartilhado no corredor. Hoje, estes imóveis abrigam estudantes e pessoas que tentam economizar no aluguel - um dos mais caros do mundo.
O armário libera a circulação e abriga até o banheiro e a cama.
Do Studiorama, este apartamento tem 13 m², mas aparenta ser maior. Ele fez parte de uma instalação de uma recente edição da London Design Week. Inspirada no design do interior de barcos e motorhomes, a marcenaria centraliza todas as funções. Inclui uma cama e uma mesa - todas retráteis.
Este flat em Taiwan tem 17,6 m² e foi assinado pelo studio A Little Design. Com o pé direito de 3,4 metros, permitiu criar dois níveis com uma marcenaria planejada.
A cama fica no mezanino, a cozinha ocupa o interior da estrutura e um armário estreito abriga uma mesinha retrátil, entre outras soluções. Poucas cores, linhas retas e a presença da madeira neutralizam o espaço e garantem um visual limpo.
Este é simplesmente sensacional. O estúdio James Law Cybertecture desenvolveu um protótipo de edifício de apartamentos low cost, que custariam aproximadamente R$ 50 mil para produzir. O OPod Tube Housing tem microunidades formadas por espécies de canos em concreto, transformados em residências de 9,29 m².
Foi concebido para Hong Kong, onde o espaço para moradia ja se tornou uma questão crítica, mas a ideia pode ser aproveitada em qualquer grande cidade, utilizando terrenos pequenos e vãos entre edifícios.
A dica dos arquitetos do escritório Ruetemple foi concentrar todas as funções em um bloco de marcenaria e aproveitar a estrutura para criar espaço extra. Destinado a livros e objetos. A circulação livre dá a impressão de sobrar espaço, neste pequeno apartamento em Moscou.
Batizado de Caixa de Sapatos pelo estúdio libanês Eliemetni, este apê e bem resolvido em 15 m². Localizado em um edifício antigo de Beirute, foi pensado para receber hospedes temporários. A cor branca foi a escolhida para ampliar visualmente o espaço, utilizada inclusive no piso em epoxi, que reflete a luz dos janelões.
O escritório Casa 100 aproveitou ao máximo os 24 m² deste apartamento. A base do projeto são a cor branca e a textura de concreto, mostrando que bastam poucos elementos para trazer estilo. Uma ideia interessante foi utilizar portas de correr com telas quase transparentes. Elas delimitam a cozinha e o armário, sem fechar completamente o espaço para manter a leveza.
Novos empreendimentos em cidades como São Paulo e Curitiba passaram a oferecer imóveis de tamanhos antes inimagináveis, seguindo uma tendência mundial. Alguns têm menos de 10 m². Para se ter uma ideia, este é o tamanho do quarto de muita gente, incluindo banheiro, cozinha e as funções de uma casa completa.
Qual o menor tamanho que sua casa poderia ter?
Parece impossível morar bem em tão pouco espaço, mas esta realidade nos convida a um exercício de imaginação: de quanto espaço precisamos de fato?
Esta pergunta está presente nos episódios da série Tiny House Nation, que entrou recentemente no catálogo da Netflix. Ela mostra como famílias, casais e vários perfis de moradores enfrentam o desafio de construir e ocupar pequenas casas nos Estados Unidos. Um país que também apresenta uma realidade oposta, das imensas casas com garagens e quartos abarrotados de objetos – assunto de infinitos reality shows.
É interessante observar em Tiny House Nation como alguns moradores tentam transportar para poucos metros quadrados todo um estilo de vida e são confrontados com a realidade. Desejam viver em minicasas modernas, mas ao mesmo tempo não pensaram que seria preciso abrir mão de livros, utensílios domésticos, instrumentos musicais, sofás gigantes e vários ambientes.
Sintonia com o minimalismo
As microcasas conversam diretamente com o movimento minimalista, que já inspira muitos designers e arquitetos. Juntos, lançam um olhar sobre o desejo e a necessidade de um estilo de vida enxuto, prático, mais nômade e aliado à tecnologia.
Para que uma cozinha enorme, se muitos passam o dia fora de casa? Para que uma biblioteca, se os livros são eletrônicos? Você precisa de todos os objetos que possui hoje? Vale pensar se o que você tem lhe traz de fato alegria, para citar uma frase da famosa guru de organização Marie Kondo.
Claro que viver em espaços mínimos não é para todo mundo. Mas o tema faz refletir sobre os novos tempos e as prioridades de cada um de nós. Para inspirar esta conversa, selecionamos estes microapês com várias soluções que aproveitam cada centímetro quadrado. Praticidade de sobra, sem perder a beleza jamais.
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