26/02/2020 às 15h40min - Atualizada em 26/02/2020 às 15h40min

Preocupada com punição, Tijuca entra com ‘recurso’ na Liesa antes da apuração

- JOÃO PAULO SACONI
Em reunião na tarde desta Quarta-feira de Cinzas, antes da apuração do resultado do Grupo Especial do carnaval 2020, a Unidos da Tijuca recorreu oficialmente à Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa) para tentar não ser punida com a perda preciosa de décimos pelo descumprimento do regulamento da competição.
A agremiação teme ser punida pela Comissão de Obrigatoriedades da Liesa, que analisa se as escolas cumpriram todos os requisitos. No caso da Tijuca, a principal falha em jogo é a utilização de tripés: as regras permitem três elementos alegóricos deste tipo, mas nove estruturas utilizadas na apresentação da agremiação podem acabar prejudicando o resultado tijucano antes mesmo do início da leitura das notas.
No encontro de dirigentes, o presidente da Tijuca, Fernando Horta, chegou acompanhado de um advogado. Ele pediu para que fosse realizada uma votação entre os presidentes do Grupo Especial para que se avaliasse se a punição seria ou não aplicada. A consulta não ocorreu. O único a concordar com a possibilidade da votação foi o presidente da São Clemente, Renato Almeida Gomes. Fernando Fernandes, da Vila Isabel, chegou a argumentar que uma votação prévia já aprovou o regulamento e, portanto, uma eventual punição estará respaldada pelas regras.
A decisão final caberá, portanto, à Comissão de Obrigatoriedades e será anunciada no início da apuração. O recurso da Tijuca foi direcionado a este grupo. A agremiação argumenta que os elementos em questão tinham tamanho equivalente ao de um componente e, por isso, não devem ser considerados como tripés.
Na tentativa de evitar problemas para a escola, o próprio carnavalesco Paulo Barros telefonou antes do desfile para Jorge Castanheira, presidente da Liesa. O artista explicou que os “módulos temáticos” (nome que deu para os elementos questionados) não representariam tripés porque continham apenas uma pessoa escondida, responsável por empurrá-los.
Castanheira comentou sobre a ligação no encontro com dirigentes, mas mesmo assim a argumentação não surtiu efeito porque eles entenderam que o tamanho dos elementos não condiz com o que foi alegado.
Em 2017, quando foi campeão com a Portela, Barros utilizou o mesmo recurso cenográfico. Naquele ano, no entanto, houve uma consulta prévia à liga sobre o tema em relação ao regulamento. A entidade autorizou a utilização dos elementos na ocasião.
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