29/01/2020 às 14h35min - Atualizada em 29/01/2020 às 14h35min

Polícia fará reprodução simulada no Morro São João, onde Arthur Esperança foi baleado

- RAFAEL NASCIMENTO DE SOUZA
Nos próximos dias a Polícia Civil fará uma perícia no Morro São João, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio, local onde o pequeno Arthur Gonçalves Monteiro Esperança, de 5 anos, foi atingido por uma bala perdida enquanto jogava futebol na noite de segunda-feira. A informação é do delegado Alan Luxardo, titular da 25ª DP (Engenho Novo), que está à frente das investigações. O menino, atingido na cabeça, permanece internado em estado grave no Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha.
A perícia na quadra onde Arthur jogava futebol só acontecerá quando o pai da criança, o segurança Paulo Roberto Esperança, de 37 anos, tiver condições de participar. Ele — que estava com o filho e tentou protegê-lo do disparo, sendo atingido na mão esquerda — ainda está em estado de choque.
Vamos fazer a reprodução (do momento em que Arthur foi atingido). Só que a perícia de local só vai ser realizada quando o pai estiver em condições de ir, justamente para sabermos a posição em que as vítimas estavam — disse Luxardo.
O objetivo dessa perícia é saber de onde partiu o disparo que atingiu a criança e o pai. Por ora, não se sabe se o tiro saiu de alguma arma da PM ou dos criminosos, já que o projétil está alojado na cabeça da criança.
Fuzis apreendidos
Segundo o delegado, quatro fuzis que estavam com os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) São João, que participaram da ação, já foram apreendidos e vão passar por um confronto balístico no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O resultado deverá sair em até 30 dias.
Até agora, cerca de seis pessoas já prestarem depoimentos, ente eles os agentes da UPP e parentes da vítima. O depoimento mais importante é o do pai, que deverá acontecer na próxima semana.
Na manhã desta quarta-feira uma equipe médica do Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde está internado o pequeno Arthur, fará uma análise do seu quadro clínico. Segundo médicos da unidade, a criança teria começado a mexer um dos braços e uma perna no final da noite de terça.
Meu irmão falou que ele teve uma leve melhora, ontem, e já pararam a sedação para ver qual será a reação do meu sobrinho. O meu irmão está grudado no Arthur desde a hora que ele foi baleado. Estamos trazendo roupas, comidas e ele quer ficar aqui até o meu sobrinho sair — disse o refrigerista João Paulo Monteiro Esperança, 38.
O pequeno Arthur é primo da deputada estadual Dani Monteiro (PSOL). Familiares disseram que a parlamentar deverá visitar o garoto na tarde desta quarta-feira.
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