13/01/2020 às 15h29min - Atualizada em 13/01/2020 às 15h29min

Polícia trabalha com a hipótese de execução de promotor de eventos da Mocidade

- RAFAEL NASCIMENTO DE SOUZA
A Polícia Civil já sabe que o assassinato de Carlos Henrique Silva, de 44 anos, conhecido como Henrique Negão, não foi assalto ou tentativa de roubo. As autoridades trabalham com a hipótese de uma execução. O promotor de eventos, que também faria parte da chefia de segurança da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi morto com vários tiros pelo corpo - inclusive na cabeça - na noite deste domingo, no bairro de Padre Miguel, na Zona Oeste.
Nesta manhã, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) estiveram novamente no local em busca de câmeras de segurança e de testemunhas que possam ajudar na elucidação do crime. Por volta de 10h, Luís Carlos Marques, irmão de Carlos, e dois sobrinhos do homem chegaram ao Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para liberar o corpo, que só foi liberado por volta de 12h.
Henrique Negão passava a pé pela Rua Caridade, no Ponto Chic, quando foi atacado pelos criminosos. O homem não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. No começo da tarde, um dos sobrinhos de Carlos disse que a família é nascida e criada em Padre Miguel e que eles foram criados e dedicados ao carnaval e a Mocidade.
O homem contou que o tio fazia parte da direção da agremiação. Familiares reafirmam que houve uma tentativa de assalto. Toda a família mora na região onde o crime aconteceu.
O celular vale mais que uma vida — disse o vigilante Felipe Marques, 33, sobrinho da vítima, que lembrou que o homem era pai de uma menina de apenas dois anos.
Ele era casado e desde os 14 anos (ele e os irmãos) foram dedicados a Mocidade. A vida dele era carnaval e escola de samba. Ele havia acabado de sair de casa para ir para o ensaio. O crime aconteceu a 500 metros da escola — lembrou o sobrinho.
Testemunhas ameaçadas
Fontes da DHC dizem que testemunhas estão se sentindo ameaças e com medo de relatarem o que viram no momento do assassinato. Carlos seguia para um ensaio de rua da escola quando foi atacado por pelo menos dois homens armados.
Na noite de domingo, a DHC fez uma perícia no local. Nesta manhã, investigadores estiveram no local em busca de câmeras de segurança que possam ajudar na elucidação do crime.
Em nenhum momento as Polícias Militar ou Civil falaram em tentativa de assalto. Quem aventou essa possibilidade foi a escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, em uma nota divulgada à imprensa horas após o crime. Nesta manhã, a reportagem pediu uma entrevista com algum representante da agremiação para comentar o crime.
A assessoria de imprensa da escola disse que “ninguém iria falar sobre” a morte de Carlos Henrique. E voltaram a reafirmar o comunicado enviado no dia anterior (leia abaixo na íntegra).
“A Mocidade Independente de Padre Miguel lamenta profundamente o episódio que culminou no falecimento do promoter Carlos Henrique, responsável por promover diversos eventos na quadra da agremiação. Mais uma vítima da violência que atinge a todos os cariocas, baleado ao reagir a um assalto. Externamos nossa gratidão, e dedicamos condolências aos familiares e amigos”.
O enterro de Carlos será amanhã no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Já o velório será a partir do final da tarde na quadra da Mocidade.
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