28/12/2019 às 18h06min - Atualizada em 28/12/2019 às 18h06min

Morre no rio Antônio Guerreiro, o fotógrafo das famosas

Antônio Guerreiro marcou as décadas de 1970 e 1980 com seus retratos

- JORNAL EXTRA
Morreu o fotógrafo luso-espanhol-brasileiro Antônio Guerreiro, aos 72 anos. Conforme noticiou a coluna de Anselmo Gois, ele estava internado desde o início do mês na Policlínica de Botafogo, vítima de câncer.
Guerreiro ficou famoso pelos retratos de grandes artistas, como Fernanda Montenegro, Sônia Braga, Nelson Gonçalves, Antônio Fagundes, Gloria Pires e Ângela Diniz, feitos entre as décadas de 1970 e 1990. Seus trabalhos eram conhecidos por destacarem a beleza dos fotografados, numa era pré-Photoshop. Guerreiro driblava as imperfeições artesanalmente com sua técnica refinada.
Você já viu alguma mulher que não quer aparecer bonita na foto? É isso que faço — disse o artista em entrevista ao GLOBO em 2015 — Todo mundo tem um lado bonito. Você tem que buscar.
Seu nome virou uma grife no meio artístico e ele se tornou um dos fotógrafos mais requisitados no mundo da fama brasileiro. Ele também fez capas de álbuns de artistas da MPB como Gal Costa, Maysa, Gonzaguinha, Jorge Benjor e Caetano Veloso.
Nos anos 1980 e 1990, Antônio Guerreiro era um dos homens mais invejados do Rio de Janeiro. Por seu estúdio fotográfico passaram as mais deslumbrantes atrizes, modelos e personagens da vida cultural da cidade, como Luiza Brunet, Claudia Raia e Elke Maravilha. Com algumas delas se casou — caso de Sônia Braga e Sandra Bréa. Namorou inúmeras.
Com os homens fotografados, como o executivo de gravadora André Midani e o cantor Juca Chaves, construiu duradouros laços de amizade. Numa época em que, como diz, fazer fotografia era uma aventura, que implicava às vezes em passar a madrugada acordado, aflito, à espera da sentença implacável trazida pela revelação do negativo, ele fez do seu trabalho uma fonte de prazer.
Filho de um industrial português, Antônio Guerreiro veio aos 5 anos com a família para o Brasil. Formou-se em Economia, mas antes disso, aos 17 anos, começou a se interessar pelo ofício de sua vida inteira. As primeiras imagens, de uma namorada fotografada na sua Rolleiflex, revelaram imensa aptidão. Foi ela que o indicou para um trabalho na Socila, antiga escola de modelos, na Zona Sul do Rio. Ali, fazia as fotos das moças antes e depois do curso.
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