11/12/2019 às 11h39min - Atualizada em 11/12/2019 às 11h39min

Ainda não acabou: o que falta acontecer na economia do Brasil em 2019

O mercado ainda aguarda reunião do Copom de dezembro e acompanha de perto a trajetória do dólar

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Falta menos de um mês para o final de 2019, um ano que começou com altas expectativas para a agenda econômica de um novo governo. De fato houve avanços, como a aprovação da reforma da Previdência, mas também várias frustrações. O que vai prevalecer nestas últimas semanas?
“Vai ser um final de ano melhor do que se imaginava até meados de julho, quando vivíamos um cenário muito mais conturbado na economia”, diz Rodrigo Franchini, sócio da assessoria de investimentos Monte Bravo.
Naquele momento, o que preocupava era a tramitação da reforma da Previdência ainda empacada na Câmara dos Deputados e que seria aprovada em outubro.
Pouco depois foi apresentado pela equipe econômica um trio de emendas constitucionais denominado pacote Mais Brasil. Outras propostas de mudança, como a da reforma tributária, ainda precisam sair do forno. De qualquer forma, há pouco tempo hábil para que avancem neste ano.
O principal fator de risco doméstico para a economia brasileira no momento é justamente a disposição do Congresso de avançar nas agendas fiscais e de produtividade, segundo avaliação do banco Credit Suisse.
“Do lado positivo, os líderes do Congresso são capazes de aprovar uma ampla agenda de medidas favoráveis ao mercado. Do lado negativo, a demanda por flexibilização das regras fiscais ou para agendas legislativas alternativas (por exemplo, combate à corrupção) pode desencadear uma mudança no foco do Congresso em a agenda econômica.”, diz um relatório do banco divulgado nessa semana.
Sobre o andar da carruagem das reformas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista ao site Antagonista nesta semana que o timing e o equilíbrio do processo são complicados.
“Se andar muito rápido pode ter risco político, mas se andar muito devagar pode acontecer o que aconteceu com Macri, que foi tão devagar que perdeu a próxima (eleição)”.
Veja quais são os principais eventos que importam para a economia brasileira até o fim do ano:
Marco legal do saneamento – votação no dia 09
A votação no plenário da Câmara do Projeto de Lei que altera o Marco Legal do Saneamento Básico havia sido pautada para o último dia 4, mas foi adiada para a próxima segunda-feira (9), após obstrução da oposição. Caso seja aprovado na Câmara, o texto segue para o Senado.
O projeto procura estabelecer normas de referência para a regulação dos serviços no setor, na medida em que defende “estimular a livre concorrência, a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade econômica na prestação dos serviços”.
Pelo texto, empresas privadas que tiverem interesse de prestar serviços de saneamento devem firmar contrato de concessão.
O mercado se interessa pela pauta, entre outros motivos, porque sua aprovação permitiria que empresas como a Sabesp, de São Paulo, ou a Copasa, de Minas Gerais, sejam privatizadas. “Esse movimento levaria dinheiro para a Bolsa de Valores, já que as duas são listadas”, diz André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.
Quando o texto teve sua urgência aprovada em novembro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que “os governadores sabem que sem um marco novo, sem a abertura de capital, eles não vão conseguir captar recursos para o setor”.
A aprovação do PL também mandaria um sinal positivo a investidores estrangeiros sobre as intenções declaradas do governo de avançar nas privatizações. “Lá fora, dar o sinal de que você é a favor de privatizar não é suficiente. Precisa começar a colocar na prática”, diz Rodrigo Franchin, da Monte Bravo.
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